Gostaria de trazer, para essa edição, um assunto polêmico, importantíssimo para todos os Gestores Públicos: a desmistificação da Demonização da Política.
Quem de nós nunca escutou ou até mesmo já disse que esta ou aquela decisão foi técnica e não política? Como se a “técnica” carregasse todos os pontos positivos, sobrando para a política o que há de pior. Não estou aqui para negar a existência da má politica. Também não pretendo entrar nos méritos desse processo generalizado de demonização. Mas eu ouso afirmar com todas as letras que em nosso ambiente de trabalho não existe decisão técnica. Toda decisão é política.
Se a frente de determinado órgão há um gestor bem capacitado tecnicamente, é porque alguém tomou a decisão política de nomeá-lo. Da mesma forma, um excelente projeto pode não receber o devido apoio por mera inabilidade política. Todos os bons gestores que eu conheci carregavam com si a boa política. Por outro lado, conto nos dedos os projetos de sucesso dos tecnocratas que insistiam em dizer: sou técnico, não faço política.
A boa gestão é baseada na técnica. A boa política; em princípios. Bons gestores públicos entendem esse processo e estabelecem boas relações políticas. Bons políticos tomam as suas decisões baseados em evidências, sempre pautados pelo interesse público e a dignidade humana.
À sociedade cabe se apropriar dessas boas práticas através da participação e do controle social para que elas se tornem permanentes e não sofram pelas sucessivas e bem-vindas alternâncias de poder. Os problemas locais e globais estão cada vez mais complexos e exigem uma Gestão Pública mais profissional e mais política.