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Em assembleia cercada por confusões, Rodoviários aceitam proposta e greve é descartada

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Chegou ao fim a Campanha Salarial 2021 dos Rodoviários de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá. Durante assembleia nesta sexta-feira (12/11), os trabalhadores aceitaram a proposta do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Setrerj). Com isso, não há risco de greve nessas cidades.

A proposta patronal de reajuste salarial é de 6%, cesta básica de R$ 400,00 (hoje é R$ 280,00) e aumento de 10% no valor do subsídio para aquisição dos uniformes. Foram 442 votos favoráveis à proposta, enquanto  149 trabalhadores votaram contra. 

“Está longe de ser o ideal, mas foi o que a maioria decidiu. É preciso que o poder público comece a reformulação do sistema de financiamento do transporte coletivo, atualmente custeado quase que totalmente pelo usuário, caso contrário o preço final das passagens ficará inviável para a população”, destacou o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), Rubens dos Santos Oliveira.

As empresas haviam oferecido, inicialmente, 4% de reajuste e aumento de 25% da cesta básica. Os rodoviários recusaram esses valores e entraram em estado de greve. Com a evolução das negociações, a categoria optou por aceitar os 6%, que serão pagos em uma primeira parcela de 3% na folha de novembro e mais 3% em julho de 2022.

Confusão – A votação da proposta aconteceu em dois turnos e foi cercada de discussões acaloradas. Alguns trabalhadores chegaram às vias de fato durante o primeiro turno da assembleia, que aconteceu na sede do Sintronac, em Niterói.

A Polícia Militar chegou a ser chamada para acompanhar o processo de votação, mas não precisou intervir. Uma viatura do 12º BPM (Niterói) esteve no local para garantir a ordem.

Colapso – Atualmente, a inflação descontrolada, acumulada em 10,25% nos últimos 12 meses, que tem pressionado os rodoviários a exigirem maiores reajustes salariais, e o aumento do óleo diesel em 65% somente este ano, podem levar o transporte por ônibus a um cenário caótico em 2022, com a projeção de reajuste tarifário em até 50% já a partir de janeiro, de acordo com dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).

“Existem vários modelos de licitação sendo adotados atualmente por prefeituras em todo o Brasil para que o usuário de ônibus não sofra os impactos dos reajustes tarifários, inclusive o subsídio das empresas por quilômetro rodado, entre outros. Precisamos analisar isso no Leste Fluminense, pois nem os trabalhadores e nem os passageiros devem pagar uma conta que não lhes diz respeito”, avalia Rubens.

O dirigente sindical destaca, ainda, que os trabalhadores precisam ser ouvidos pelos governos, pois são peça fundamental na consolidação de um transporte público de qualidade para a população.

“Estamos estudando todos os modelos que estão sendo aplicados no País e esperamos chegar a um formato ideal para o Leste Fluminense, que será encaminhado, como proposta, para os governos municipais e estadual. Precisamos sempre lembrar que o transporte público aqui também reflete na capital, pois há uma grande massa de pessoas que transitam diariamente pelo Rio de Janeiro, mas moram nas cidades vizinhas”, conclui o presidente do Sintronac.

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