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Vídeo: veja como está o interior do antigo prédio da Secretaria de Estado de Fazenda

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Abandono. Essa é a palavra que caracteriza o antigo prédio da Secretaria de Estado de Fazenda, na Rua Marechal Deodoro, no Centro de Niterói. O bem, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), nem de longe tem a proteção merecida e garantida pelo processo de tombamento. As marcas do desuso, ao longo do tempo, apagam as características antigas do ‘Palacete da Praia Grande’, datado antes mesmo de 1824.

Em mais uma tentativa de proteção o local ganhará novos tapumes e para isso uma estrutura de madeira já foi montada, com objetivo de impedir a entrada de moradores de rua. Isso aconteceu após parte do muro cair, as grades também caírem e parte foram saqueadas, e o grande pilar da entrada principal está caído para dentro do espaço. A reportagem do ERREJOTA NOTÍCIAS entrou no antigo Palacete e registrou alguns ambientes.

Banheiro. Foto: Raquel Morais

O antigo cofre tem a porta aberta e sua entrada bloqueada por uma montanha de entulho e sujeira.

Antigo Cofre. Foto: Raquel Morais

As grandes escadas de ferro que dão acesso ao segundo piso tiveram os corrimãos quebrados.

Primeira foto mostra a escada do prédio (Claudio Prado de Mello – Reprodução Facebook) e segunda foto mostra a escada deteriorada (Foto de Raquel Morais)

As placas dos antigos setores do prédio, como Microcrédito, Sanitários e Seguro Desemprego se misturam na depredação total do antigo casarão. Outra placa resiste ao vandalismo e mostra um pouco o que era o local: “Posto Modelo – Jornalista Alberto Francisco Torres”.

Placas na parte interna do prédio. Fotos: Raquel Morais

A forração do teto não existe mais e é possível ver a estrutura de madeira do telhado. As janelas e portas quebradas deixam à mostra o jardim interno que dividia os setores do grande Palacete.

Jardim Interno e divisão dos setores. Fotos Raquel Morais

O local teve suas portas principais e janelas concretadas em novembro de 2021 em uma tentativa, em vão, de proteção ao patrimônio. O tombamento estadual aconteceu em 27/08/1990 e tombamento municipal em 20/08/2001.

PROMESSAS
No passado o Governo do Estado já tinha anunciado a inclusão do imóvel no Programa de Ocupação Cultural (POC) e a criação de um museu, mas nenhum deles avançou. Também já foi prometido que o prédio seria inserido em um projeto da Secretaria de Planejamento e Gestão, ainda em desenvolvimento, que visa promover o adequado uso dos imóveis que não estão em utilização pela administração estadual.

Foto: Raquel Morais

O ERREJOTA NOTÍCIAS questionou a Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro (Sefaz) sobre os planejamentos para o espaço. A pasta pediu para a reportagem procurar a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), responsável pela gestão do patrimônio imóvel do estado. A Seplag informou que a Subsecretaria de Gestão Administrativa e Patrimonial foi transferida desde abril de 2022 para a Secretaria de Estado da Casa Civil. A reportagem procurou a Secretaria de Estado da Casa Civil e até a publicação dessa matéria não obteve retorno.

HISTÓRIA

De acordo com o Departamento de Preservação do Patrimônio Cultural (DePAC) o prédio original foi construído, provavelmente, no início do século XIX, tendo pertencido ao negociante de escravos apelidado de “O Cheira”. Quando D. Pedro I o adquiriu por 6.000$000 Rs., passou a ser denominado de “Palacete da Praia Grande”. Após o falecimento de D. Pedro I (Duque de Bragança), em 1834, e com a elevação da vila à condição de cidade e capital da província, em 1835, o palácio, agora dito “de Niterói”, foi alugado pelo governo provincial para nele instalar a Tesouraria e Guarda Policial bem como a Tesouraria Geral.

Fotos Depac

Ainda segundo texto tornou-se sede do governo estadual até 1892, quando o acontecimento da Revolta da Armada fez com que a capital do estado fosse transferida de Niterói para a cidade de Petrópolis. Durante algum tempo, uma de suas dependências funcionou como abrigo para os bondes de tração animal, e foi nas cocheiras do abrigo que iniciou-se um grande incêndio que causou enormes danos aos prédios. Já no Período Republicano, por volta de 1910, o Presidente do Estado, Alfredo Backer, mandou reconstruir os edifícios, além de um terceiro, entre os dois, para abrigar os serviços públicos.

INTERIOR DO LOCAL

Fotos Raquel Morais

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