No dia 1º de maio é celebrado o Dia do Trabalhador em diversos países do mundo, uma data que surgiu em homenagem aos trabalhadores que foram mortos em uma manifestação por melhores condições de trabalho em Chicago, nos Estados Unidos, em 1886.
Desde então, muitas conquistas foram alcançadas pelos trabalhadores, como a jornada de trabalho de oito horas diárias, férias remuneradas, direito à greve, entre outros. No entanto, ainda há muito a ser feito para garantir condições dignas de trabalho para todos.
Uma questão que ainda persiste é a escravização contemporânea. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 21 milhões de pessoas são vítimas de trabalho forçado em todo o mundo, em atividades como agricultura, mineração, construção civil, entre outras.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Economia, foram resgatados mais de 1.200 trabalhadores em situação análoga à escravidão em 2020. As vítimas eram submetidas a condições degradantes de trabalho, sem acesso a água potável, banheiro e alimentação adequada.
Nesse contexto, também é normalizada condições de trabalho precárias agravadas pela falta de proteção legal para os trabalhadores de aplicativos de entrega. Como esses trabalhadores são classificados como “trabalhadores independentes”, muitas vezes não têm acesso aos mesmos direitos e proteções trabalhistas que os empregados tradicionais.
De acordo com Amsterdan Souza, entregador de aplicativo no município de Niterói, “uma das maiores dificuldades que nós entregadores passamos é trafegar nas vias porque em São Gonçalo e em Niterói não existem faixas exclusivas para moto e nem ciclovia para bicicletas. Também não tem ponto de apoio, porque existe emtregadores que passam 10, 12, 14 horas trabalhando todo santo dia e não tem um local onde a gente possa parar para beber água, parar carregar o telefone, para poder usar o banheiro e não tem estacionamento. Trabalhar no aplicativo está cada vez mais difícil porque estão exigindo mais da gente e pagando cada vez menos”.
A escravização contemporânea é uma violação aos direitos humanos e ao trabalho digno. É importante que governos, empresas e a sociedade em geral estejam atentos a essa questão e tomem medidas para combater essa prática.
Além disso, nesse Dia do Trabalhador, é fundamental refletir sobre as conquistas e desafios enfrentados pelos trabalhadores ao longo da história, e também sobre a luta contínua para garantir condições justas e dignas de trabalho para todos.
*estagiária sob supervisão de Raquel Morais
