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Entregadores e Mototaxistas protestam na frente da Prefeitura de Niterói

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Na manhã desta quarta-feira (25/01), cerca de 50 mototaxistas e entregadores se reuniram em frente da Prefeitura de Niterói pedindo mais diretos e sendo contrários ao fim do uso de motos por aplicativos. O Movimento 2 Rodas, organizador do protesto, busca respostas e soluções para a classe.

Foto: Divulgação/Breendon Santos

Segundo os líderes da manifestação, a Guarda Municipal disse que a Prefeitura de Niterói não mandaria ninguém para conversar e que não teria “desenrolo nenhum” com os mototaxistas e entregadores. Eles prometeram que voltariam em 48h caso não fossem ouvidos.

Leonardo Pereira, o ‘Léo Família’, é presidente do movimento e entregador de aplicativo há mais de 30 anos. Ele detalhou a manifestação. “A Prefeitura estava com portas abertas e quando estávamos chegando, fecharam a porta na nossa cara! Uma classe que durante a pandemia levantou a cidade e fez a moeda girar. Só estamos pedindo os nossos direitos. Queremos a volta da seletiva para poder andar sobre ela, pois não há condições de criar um corredor, e mais estacionamento pela cidade para a classe” disse o entregador.

Léo Família, presidente do Movimento 2 Rodas. Foto Breendon Santos

Ele também comentou que a Guarda Municipal chegou a mexer na moto de um participante do protesto. “Trouxeram a Tropa de Choque com spray de pimenta para nos intimidar, a Guarda Municipal foi na chave do rapaz e desligou a moto dele. A Polícia Militar está nos apoiando, pois está tudo protocolado e até o comandante aprovou, está tudo certinho”, expressou.

As pautas do protesto são: permissões para motoboys usarem a seletiva, mais estacionamentos para motos e ciclopontos, fim do rotativo no horário de serviço, voz perante a prefeitura, melhorias nas sinalizações, direito ao cartão Arariboia, liberação do ponto de mototáxi, 99 Moto e Uber Moto rodarem no município, entre outros.

Amesterdan dos Santos é mototaxista e entregador. Ele disse que está cansado dos órgãos virarem as costas para eles. “A Prefeitura quer tirar a Uber Moto da cidade. Muitos desempregados dependem da moto para comer e sustentar a família. É uma renda extra e também principal. Isso ajudou a muitos mototaxistas a regularizarem seus documentos e tirarem a CNH”, comentou.

Amesterdan comentou sobre a perda da mãe e as dificuldades do trabalho. Foto Breendon Santos

Amesterdan perdeu a mãe em 2021 e relatou ao ErreJota as dificuldades que muitos não notam. “Eu tenho uma dor dentro de mim, pois na pandemia eu trabalhei todos os dias. Eu chegava em casa, queria abraçar minha mãe e não podia, com medo de transmitir o vírus para ela e também para minha filha de 8 anos. Eu deixava de dar carinho e abraço por conta do trabalho e em 2021 e perdi a minha mãe. É uma dor, pois saia para trabalhar e deixava o carinho de lado, hoje não a tenho mais”, expressou.

Nós procuramos a Prefeitura de Niterói mas não obtivemos respostas. A Prefeitura de Niterói pretende suspender o serviço de Uber Moto na cidade ainda este ano. Segundo eles, o município utiliza de políticas públicas para o uso do transporte público na cidade.

Agente de Ordem Pública conversa com manifestantes. Foto Breendon Santos

Após contatos, o presidente e o líder do movimento subiram para conversar com alguém da prefeitura. Procuramos saber que os contatou. Segundo eles, a Guarda Municipal pediu para subirem que lá conversariam, mas não informaram com quem. Cerca de 2 horas depois, os líderes desceram com resultados expressivos.

Léo Família disse que o presidente da NitTrans, Gilson Alves de Souza Júnior, conversou com ele e se propôs a resolver as questões. “Ficou decidido que os estacionamentos serão prioridades para motos. Infelizmente a seletiva foi feita para o transporte público, mas junto, eles pensariam uma forma melhor para fluir uma faixa para a classe. Nós pedimos um curso de educação no trânsito, pois queremos separar o joio do trigo.”

Foto Breendon Santos

Nós procuramos a Prefeitura de Niterói, que nos respondeu que os representantes dos motoboys foram recebidos pelo Secretário Municipal de Administração, Luiz Vieira, e pelo presidente da Nittrans, Gilson Souza. Eles foram informados que a Prefeitura está aumentando o número de estacionamentos para motos na cidade, seguindo estudos da engenharia de trânsito. Sobre o uso das faixas seletivas de ônibus, a Prefeitura comunicou que estas vias são destinadas a coletivos, de acordo com legislação federal, e que, por isso, a utilização por motos não é possível. A Nittrans também ofereceu aos motoboys a oportunidade de fazer cursos de orientação de trânsito para evitar acidentes. 

A partir desta quarta-feira (25), quem responderá por toda a classe será o Movimento 2 Rodas, reconhecido pelo presidente da NitTrans, Gilson Alves de Souza Júnior. Um reconhecimento de peso e bastante importante para a classe e para movimento, que luta por reconhecimento a anos.

Os protestantes ergueram cartazes com frases “sem a moto a cidade para”, “prefeito, tem certeza que quer acabar com a Uber e a 99 moto ? Pense bem!”, “poder de polícia só polícia. Chega de abuso de autoridade da GM”, “Somos todos pais de família”.

Foto Breendon Santos

Os manifestantes reclamaram dos abusos de autoridade da GM do município. Claudia Bravo, diretora do Movimento 2 Rodas, comentou sobre a irregularidade das ações. “A Prefeitura manda a GM para a rua que nos trata mal. Tem o DETRAN que apreende as motos de maneira irregular, pois segundo a lei que ainda está em vigor, as motos apreendidas tem que ser levadas em carretas mas são levadas em caminhão cegonha e prancha”, disse.

O Detran-RJ foi questionado e disse que, “A lei estadual 9823, de 26 de agosto de 2022, diz que as motos deverão ser acomodadas em veículos apropriados para este tipo de transporte, sem especificar o veículo.”

*Estagiários Breendon Santos e Juliana Palmeirim sob a supervisão de Raquel Morais

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