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Jornalista lança livro sobre o caso Flordelis em Niterói

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Condenada em novembro de 2022 a 50 anos de prisão por ter arquitetado o assassinato do marido, o também pastor Anderson do Carmo, a pastora, cantora e ex-deputada federal Flordelis, tem o seu caso agora contado no livro-reportagem “Não matarás”, do jornalista José Messias Xavier. O lançamento, pela editora Nitpress, será nesta quarta-feira, 14, às 17h, no restaurante Vila Melgaço, no segundo piso do Niterói Shopping, na Rua da Conceição, 188, Centro.

O assassinato de Anderson do Carmos ocorreu na madrugada de 16 de junho de 2019, em sua casa, no bairro do Badu, na região de Pendotiba, em Niterói. A obra é fruto de meses de leitura de milhares de páginas do inquérito policial, elaborado pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, cujas investigações levaram à condenação, em 13 de novembro do ano passado, pelo Tribunal do Júri, de sua mulher, Flordelis dos Santos de Souza como mandante do crime.

O trabalho reúne os principais depoimentos dos envolvidos no homicídio e de testemunhas, que, não apenas confirmaram, em detalhes, para os detetives e delegados do caso diversas tramas para a morte de Anderson, até a consumada há quatro anos, mas também viram as relações familiares e políticas do pastor se deteriorar ao longo dos anos. Elas, inclusive, apontam os reais motivos do assassinato, cuja repercussão ocupou grande parte do noticiário nacional e estrangeiro e virou documentários.

Outros aspectos das investigações são abordados, como a quebra dos sigilos telefônicos dos suspeitos, com a transcrição de diálogos entre Flordelis e alguns de seus filhos e entre eles próprios; os laudos da perícia sobre o local do homicídio e a arma usada para matar Anderson; um atentado a bomba sofrido por uma testemunha; as implicações políticas e religiosas, que surgiram após o crime; além de detalhes importantes para se compreender como a história de um casal, que, aparentemente, começou com um amor verdadeiro, tornou-se um pesadelo.

Flor de Lis
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

“Não matarás” também conta a história do encontro do casal na Favela do Jacarezinho; sua união para criar uma igreja milionária, com unidades em três municípios; a contabilidade da instituição religiosa; como ocorreram as adoções de crianças, por parte da missionária, muitas delas sem registro oficial na Justiça; as relações de uma família de 57 membros sem laços consanguíneos – apenas três pessoas são filhas legítimas de Flordelis –, que viveram sob o mesmo teto; como o casal ascendeu no cenário político brasileiro, unindo forças com os expoentes da extrema direita no país e tendo o apoio de figuras consagradas nos meios artístico, jurídico e intelectual; os “rituais secretos” no núcleo familiar mais íntimo de Anderson e Flordelis; e o que seria a “língua dos anjos” usada pela missionária para arrebanhar fiéis.

Há também as observações dos investigadores de Polícia e membros do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que, em determinado momento da apuração do assassinato, chegaram à conclusão que estavam diante de um dos mais intrigantes casos da criminologia do país, cujos desdobramentos envolviam incesto, abuso infantil, prostituição, orgias sexuais, magia negra, tráfico de drogas, contrabando de armas, envenenamentos, intriga política, corrupção, fraudes e o controle de um núcleo familiar poderoso, fundador de uma igreja capaz de reunir milhares de seguidores.

“Não matarás” pode ser adquirido pelo site da Editora Nitpress (https://www.nitpress.com.br) e já está chegando nas melhores livrarias do país.

TRECHO DO LIVRO:

Na farta documentação anexada pelo Ministério Público ao processo contra Flordelis há um arquivo, que chama a atenção por sua titulação. Sob o nome “Apenso Sigiloso”, ali consta uma denúncia encaminhada à Promotoria em 9 de julho de 2019 pela internet e classificada como anônima.

O texto relata as relações familiares de Flordelis e Anderson quando ambos ainda moravam na Rua Guarani, no Jacarezinho. Cita nomes de pessoas que viviam no local, os filhos legítimos e as falsas adoções da deputada. Mas apresenta um aspecto das cerimônias religiosas desconhecido da opinião pública.

“Digo mais que naquela casa do Jacarezinho se fazia rituais de magia negra com livro de São Cipriano capa preta, só que para o público é uma igreja, mas no círculo íntimo dos que participaram era magia negra”, diz um dos trechos da denúncia.

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