A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou 46 casos da variante XFG da Covid-19 no município do Rio de Janeiro. Essa variante representa 62% dos genomas analisados pelos pesquisadores entre 1º e 8 de julho.
Antes da nova variante chegar ao estado do Rio de Janeiro, a cepa já tinha sido identificada em São Paulo – com dois casos -, Ceará – com seis – e Santa Catarina – com três registros.
A linhagem XFG foi detectada inicialmente no Sudeste Asiático e, segundo a Fiocruz, se espalhou por vários países e foi classificada como “variante sob monitoramento” pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para os pesquisadores, ainda não há sinais de maior gravidade da variante ou de impacto na eficácia de vacinas e antivirais.
Além da variante XFG, também foi identificada a linhagem NB.1.8.1.
XFG
A nova variante do coronavírus, oficialmente chamada XFG e apelidada de “stratus”, já foi identificada em pelo menos 38 países, incluindo os Estados Unidos e o Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a cepa em sua lista de variantes sob monitoramento (VUM) no dia 25 de junho, devido ao rápido aumento de circulação.
Segundo o Ministério da Saúde, os pacientes apresentaram sintomas leves, como febre, tosse seca, dor de garganta e fadiga, sem necessidade de internação. Não há registro de óbitos no país relacionados à XFG até o momento.
Nos Estados Unidos, a variante já responde por 14% dos casos e é a terceira mais comum, atrás da dominante NB.1.8.1, com 42%. A OMS avalia que, apesar do avanço, o risco global da XFG é baixo, mas recomenda atenção e monitoramento.
A variante pertence à família Ômicron e surgiu como combinação das variantes LF.7 e LP.8.1.2, acumulando nove mutações adicionais na proteína spike em comparação à NB.1.8.1. Essas alterações podem afetar a capacidade do vírus de se ligar às células humanas, mas os impactos ainda estão sendo avaliados.
Estudos preliminares indicam que as vacinas atuais, direcionadas à JN.1, ainda oferecem proteção razoável contra a XFG, embora com menor eficácia. Medicamentos como Paxlovid e remdesivir também permanecem eficazes contra a nova cepa.
Não há evidências, por enquanto, de que a XFG cause quadros mais graves. Pesquisadores reforçam a importância de medidas preventivas como uso de máscaras em locais fechados, ventilação adequada, higiene das mãos e vacinação em dia.