O rapper e executivo Sean “Diddy” Combs foi condenado por transporte para fins de prostituição, mas absolvido de acusações mais graves.
Na manhã desta quarta-feira (2/07), foi anunciado o veredito do júri sobre as cinco acusações pelas quais ele estava sendo julgado e absolveu o cantor das acusações de tráfico sexual e conspiração para extorsão. A decisão foi anunciada no tribunal em Nova York, nos Estados Unidos.
O caso sobre o magnata da música e símbolo do rap dos anos 1990 começou a ser julgado em maio e levou quase dois meses para ser concluído. Formado por 12 pessoas (8 homens e quatro mulheres), o júri ouviu depoimentos, analisou imagens e assistiu a vídeos relacionados às acusações contra o músico e aos argumentos apresentados por sua defesa.
Preso desde setembro de 2024, Diddy se diz inocente de todas as acusações. Apesar do veredito, as penas pelos crimes que Diddy foi sentenciado ainda não foram divulgadas, mas pode chegar a 20 anos de prisão.
Acusações pelas quais Diddy estava sendo julgado, quais foram os vereditos e as possíveis penas:
- Conspiração para extorsão – acusado de operar uma empresa criminosa que facilitava o tráfico sexual, a distribuição de drogas, a coerção e a violência – Diddy foi inocentado (pena poderia chegar a prisão pepétua)
- Tráfico sexual por meio de força, fraude ou coerção – caso envolvendo Cassie Ventura – Diddy foi inocentado (pena poderia ser de 15 anos a prisão perpétua)
- Transporte com fins de prostituição (caso envolvendo Cassie Ventura) – Diddy foi considerado culpado (pena pode chegar a 10 anos de prisão)
- Tráfico sexual por meio de força, fraude ou coerção – caso envolvendo Jane – Diddy foi inocentado (pena poderia chegar a prisão pepétua)
- Transporte com fins de prostituição (caso envolvendo Jane) – Diddy foi considerado culpado (pena pode chegar a 10 anos de prisão)
Além de rapper, Diddy é um poderoso executivo. Dono do selo Bad Boy Records e de outras empresas, ele revelou astros como Usher, Mary J. Blige e Notorious B.I.G. Sua influência no mercado musical é tão grande que ele chegou a ser descrito pela revista americana “Time” como “o homem mais onipresente do hip-hop”.
Segundo o processo movido contra ele, Diddy teria usado esse poder de magnata para abusar, ameaçar e coagir várias pessoas ao seu redor, sobretudo mulheres. Esse comportamento teria durado mais de duas décadas. Testemunhas alegaram que ele usou seu império empresarial como uma estrutura de extorsão para permitir e ocultar esses e outros crimes. Os advogados de Diddy argumentam que, na verdade, ele foi vítima de um “processo excessivamente zeloso” que teria distorcido seu uso recreativo de drogas e estilo de vida swinger. Os casos analisados abrangem o período de aproximadamente 2004 a 2024.
A imagem do rapper começou a ruir no fim de 2023. A cantora Cassie, ex-namorada de Diddy, o acusou de submetê-la a coerção física, droga e estupro nos chamados “freak offs”, uma espécie de maratona sexual promovida pelo rapper — movida a uso de entorpecentes e com dias de duração.
Horas depois de abrir o processo, Cassie voltou atrás, após selar um acordo com o músico. Ainda assim, o processo motivou outras pessoas a apresentarem denúncias contra Diddy — a maioria dos casos não foi julgada.
Desde então, ele se tornou alvo de várias ações civis que o caracterizam como um “predador sexual violento”. Em março de 2024, duas luxuosas mansões do rapper foram alvo de buscas por agentes federais. Dois meses depois, veio a público um vídeo em que ele aparece agredindo Cassie.
Nas imagens, o rapper arrasta a então namorada pelos cabelos enquanto ela tenta fugir. A gravação foi feita por uma câmera de segurança de um hotel de Los Angeles, em 5 de março de 2016.
Quatro meses após o vazamento do vídeo, Diddy foi preso no hotel Park Hyatt, na Rua 57, em Nova York. A prisão ocorreu sob a suspeita de associação ilícita, tráfico sexual e transporte para prostituição.