O Brasil perdeu nesta sexta-feira (5) um de seus maiores documentaristas. O cineasta Silvio Tendler, de 75 anos, morreu no Rio de Janeiro, onde estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana. A informação foi confirmada pela produtora Caliban, fundada por ele.
“Silvio deixa uma filha, um neto, mais de cem obras, incontáveis amigos, centenas de ex-alunos, uma legião de fãs e a semente da justiça social plantada em todos nós”, destacou a produtora em nota nas redes sociais.
Conhecido como “o cineasta dos sonhos interrompidos”, Tendler dedicou sua vida a registrar as lutas sociais e os personagens que marcaram a história do país. Foram mais de 70 filmes que ajudaram a construir a memória coletiva do Brasil, tornando-o um dos mais importantes nomes do cinema documental.
Sua trajetória começou nos anos 1960, no Movimento Cineclubista. Licenciado em História pela Universidade de Paris VII, foi mestre em Cinema e História pela École des Hautes-Études/Sorbonne e especializado em Documentário aplicado às Ciências Sociais no Musée Guimet.
Além da comoção nacional, instituições ligadas à cultura também manifestaram pesar. O Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), parceiro de Tendler, destacou:
“Com imensa tristeza recebemos a notícia do falecimento de Sílvio Tendler. Reconhecido como um grande documentarista, deu imensa contribuição para o patrimônio histórico e cultural do Brasil e foi parceiro do ICTIM, como pesquisador e fazendo parte da curadoria da Maricá Filmes, a plataforma de streaming pública e gratuita de Maricá. Nós, do ICTIM, nos solidarizamos com a família, amigos e fãs. Descanse em paz, Silvio Tendler.”
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também lamentou a perda:
“Com sua câmera, Tendler deu voz à história, às lutas sociais e aos personagens que ajudaram a construir a identidade nacional. Seu legado permanece vivo na obra que deixou e na inspiração que continuará a gerar em novas gerações.”
O velório será no domingo (7), às 11h, no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro.
Silvio Tendler deixa um legado que atravessa gerações, reafirmando a força do cinema como memória, resistência e transformação social.