A foto que circulou nas redes sociais e chocou o país ao mostrar, supostamente, o corpo desfigurado de uma das principais integrantes do Comando Vermelho (CV), conhecida como “Penélope” ou “Japinha”, ganhou novos desdobramentos. A identificação oficial das vítimas da megaoperação no Rio de Janeiro levantou dúvidas sobre a autenticidade da imagem e abriu espaço para um novo mistério: onde está a chamada “musa do crime”?
De acordo com áudios obtidos pela coluna Na Mira, policiais envolvidos na operação confirmaram que o corpo encontrado usando roupa camuflada e colete tático não pertence à Japinha do CV. O cadáver seria, na verdade, de um homem cuja identidade ainda não foi divulgada.
A suposta integrante do CV também não aparece na lista oficial de mortos divulgada pela Polícia Civil. Todas as 115 pessoas identificadas são homens. Antes da operação, imagens da jovem com farda militar e fuzil em mãos circularam na internet, reforçando sua fama dentro da facção. No entanto, seu paradeiro após o confronto nos complexos do Alemão e da Penha permanece desconhecido.
Envolvimento na facção
Após os confrontos, circularam boatos de que Japinha estaria entre os mortos. Ela era apontada como integrante da linha de frente do Comando Vermelho, atuando na proteção de rotas de fuga e na defesa de pontos estratégicos do tráfico. A foto de um corpo baleado foi amplamente compartilhada com legendas que indicavam tratar-se dela, mas a Polícia Civil nunca confirmou essa informação.
Nos últimos dias, perfis falsos com o nome e as imagens da jovem surgiram nas redes sociais, espalhando desinformação, pedindo dinheiro via Pix e até promovendo sites de apostas. Em meio à confusão, a irmã da Japinha usou as redes sociais para pedir que as pessoas parassem de divulgar fotos da suposta morte.
Balanço da operação
A ação policial, considerada a mais letal da história do país, teve como objetivo frear a expansão do Comando Vermelho e cumprir cerca de 100 mandados de prisão nas comunidades do Alemão e da Penha.
Entre os mortos identificados, 59 tinham mandados de prisão em aberto e pelo menos 97 apresentavam histórico criminal relevante. Outros 12 demonstravam ligação com o tráfico em postagens nas redes sociais — o que, segundo a Polícia Civil, indica que ao menos 109 tinham relação direta com a facção.
Mais da metade dos suspeitos mortos (54%) não era do Rio de Janeiro. Entre eles, 19 vieram do Pará, 12 da Bahia, nove do Amazonas, nove de Goiás, quatro do Ceará, três do Espírito Santo, dois da Paraíba e um de cada dos estados de São Paulo, Maranhão, Mato Grosso e do Distrito Federal.
As circunstâncias das mortes continuam sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com acompanhamento do Ministério Público. A Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil também apura o grau de envolvimento dos mortos com a facção criminosa.








                                    











