spot_imgspot_img

Leia a nossa última edição #86

spot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img

Morre Jards Macalé, referência da música brasileira e ícone da vanguarda cultural

Mais lidas

O músico, compositor, arranjador, cantor e violonista Jards Anet da Silva, o Jards Macalé, morreu nesta segunda-feira (17), aos 82 anos, no Rio de Janeiro, onde estava internado. A informação foi confirmada por meio de comunicado publicado em suas redes sociais.

Carioca da Tijuca e reconhecido como um dos nomes mais inventivos e transgressores da música brasileira, Macalé iniciou a carreira nos anos 1960 e manteve intensa produção artística até os dias atuais — inclusive com apresentações previstas para dezembro. Conhecido por não se curvar às pressões comerciais da indústria fonográfica, foi rotulado como “maldito” ou “anjo torto”, mas se consolidou como voz essencial, livre e experimental da MPB.

Durante sua trajetória, teve composições gravadas por grandes intérpretes, como Gal Costa, Nara Leão e Elizeth Cardoso, e assinou a direção musical de “Transa”, de Caetano Veloso. Entre seus marcos históricos está o show “O Banquete dos Mendigos”, realizado em 1973 em homenagem aos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em plena ditadura militar.

Criador inquieto, Macalé transitou por diferentes linguagens artísticas e assinou trilhas sonoras de teatro e cinema, como Macunaíma, Amuleto de Ogum, O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro e Terra Estrangeira. Sua obra também inclui gravações recentes, como os álbuns “Síntese do Lance” (2022), com João Donato, “Coração Bifurcado” (2023), e o single “Um abraço do João”, lançado no ano passado com Joyce Moreno.

Macalé também deixou sua marca no Carnaval de rua carioca como um dos fundadores do bloco Suvaco de Cristo, em 1985, movimento que ajudou a revitalizar a folia na Zona Sul ao lado do Simpatia é Quase Amor.

Em depoimentos recentes, o artista defendia a reinvenção permanente como essência da criação. Em entrevista à TV Brasil, disse:
“Arte é feita para experimentar, é para arriscar aquilo que você tenha vontade de fazer e que não seja óbvio.”

A morte do músico repercutiu entre instituições e autoridades. Em nota, o Ministério da Cultura lamentou profundamente a perda, destacando seu legado como “patrimônio imaterial, vivo e inspirador”. A Funarte também homenageou o artista, classificando sua obra como “estrada de liberdade e imortalidade”. O presidente Lula publicou mensagem nas redes sociais, recordando a convivência com Macalé e sua luta pela redemocratização.

O Brasil se despede de um criador único, símbolo de resistência, irreverência e liberdade artística — cuja obra permanece como referência e inspiração para novas gerações.

Reprodução redes sociais do artista

Velório e enterro

O velório de Jards Macalé será nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, no Palácio Gustavo Capanema, na Sala Sidney Müller, das 10h às 15h.
O sepultamento ocorrerá no Cemitério São João Batista (Rio de Janeiro) às 16h.

Palácio Gustavo Capanema: R. da Imprensa, 16 – Centro, Rio de Janeiro

Cemitério São João Batista: R. General Polidoro, 245 – Botafogo, Rio de Janeiro

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img

Últimas notícias

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img