O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmou, na sexta-feira (5), por meio das redes sociais, que foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para disputar a Presidência da República em 2026. Em sua publicação, o parlamentar declarou que recebeu a “missão de dar continuidade ao projeto de nação” defendido pelo pai, preso desde novembro na sede da Polícia Federal, em Brasília, após ser condenado por envolvimento em um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Na mensagem, Flávio afirmou encarar a indicação com “grande responsabilidade” e citou preocupação com o cenário político e social do país, dizendo não se conformar com o que classificou como “instabilidade, insegurança e desânimo”. O senador também fez referências religiosas e declarou que se coloca “diante de Deus e do Brasil para cumprir essa missão”.
A escolha movimentou o ambiente político em Brasília e rendeu reações variadas. Parlamentares da esquerda classificaram a indicação como “previsível”, enquanto aliados do campo conservador se dividiram entre apoio e críticas. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a candidatura era esperada e declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva será reeleito.
Entre apoiadores, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que o irmão vai “erguer a bandeira dos ideais” do pai, enquanto o deputado Mário Frias (PL-SP) declarou apoio como “soldado do presidente Bolsonaro”. O general Eduardo Pazuello (PL-RJ) também endossou o nome de Flávio, afirmando que ele está “capacitado para continuar a missão do pai”.
A repercussão no mercado financeiro, no entanto, foi negativa. A confirmação da pré-candidatura provocou forte instabilidade: o Ibovespa caiu 4,31%, encerrando o dia aos 157.369 pontos, após ter renovado recorde histórico horas antes. Foi a maior queda diária desde fevereiro de 2021. O dólar também reagiu, fechando em alta de 2,34%, a R$ 5,43.
Com Bolsonaro inelegível desde 2023, Flávio assume protagonismo no grupo político do ex-presidente, mas especialistas apontam que a elevada rejeição ao nome da família pode limitar o potencial eleitoral do senador. O lançamento oficial da pré-candidatura deve ocorrer em 2026, mas o movimento já reorganiza a disputa na direita e acirra os debates no campo político nacional.




















