Quem estava nas ruas do Centro de Maricá nesta terça-feira (07/08), pode ver um ônibus híbrido (elétrico-hidrogênio) circulando pelas ruas da cidade. A bordo, estavam o prefeito Fabiano Horta, o responsável pelo projeto desenvolvido pela equipe do Laboratório de Hidrogênio (labH2) da COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Paulo Emílio de Miranda, e outras autoridades do município. O objetivo foi conhecer o projeto para o aperfeiçoamento da frota dos ônibus da Empresa Pública de Transportes, tornando os “Vermelhinhos” ambientalmente sustentáveis.
Dentre as vantagens deste tipo de veículo estão a tração elétrica, a não emissão de poluentes e o fato de ser mais silencioso. Ele ainda é constituído de pilha combustível, que gera a eletricidade abordo. Outra novidade existente no coletivo é a regeneração de energia cinética em energia elétrica, em processos de desaceleração e frenagem. Ou seja, sempre que o motorista desacelerar ou frear o ônibus, ele transforma a energia do movimento do veículo em energia elétrica, que também é utilizada em seu interior. Além disso, o coletivo possui sistemas que permitam trafegar a uma distância de até 330 km sem recarregar a bateria. Caso precise de eletricidade, ele pode ser recarregado em uma rede elétrica antes mesmo de sair da garagem.
De acordo com o secretário de Indústria e Portuária, Igor Sardinha, que acompanhou o prefeito durante a viagem, a parceria visa também alocar empresas no futuro Parque Tecnológico que será construído na cidade, a fim de desenvolver pesquisas no segmento e manter um eixo produtivo dessa tecnologia, gerando emprego para a população. “Quando discutimos desenvolvimento de pesquisa, montadoras e empresas para que produza ônibus aqui, pensamos na cidade se mantendo sem os royalties lá na frente. Quando pensamos enquanto cidadão da necessidade que temos de preservar o planeta Terra, de mudar essa matriz energética e de passar a utilizar cada vez menos esses combustíveis poluentes, nós também damos um passo importante”, afirmou.
Também viajando no coletivo, o presidente da EPT, Lourival Casula ressaltou o desejo de ter a sua frota composta por ônibus com esta tecnologia mais sustentável.
Segundo Paulo Emílio de Miranda, que também é representante brasileiro na Associação Internacional para a Energia do Hidrogênio (IAHE, na sigla em inglês), essa é a terceira geração do ônibus híbrido elétrico-hidrogênio, tendo seu primeiro protótipo demonstrado em 2010. Apesar de o projeto ter iniciado em 1999, quando deu início à parte teórica, os ônibus híbridos são usados somente dentro do campus para testes. “Primeiro, isso é uma mudança de paradigma. Se Maricá começa a usar o ônibus a hidrogênio, ela se adianta de um Brasil em uma transição energética que tomará o século XXI”, acredita.