15 alunos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Jacintho Luiz Caetano, do Caju, realizaram a primeira colheita de hortaliças da Unidade Agroecológica do loteamento Manu Manuela nesta sexta-feira (21/07). Foram colhidas 15 caixas com 900 pés de couve que foram doadas ao Hospital Conde Modesto Leal, no Centro. O espaço é mantido pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca de Maricá em parceria com a Cooperativa de Trabalho em Assessoria a Empresas Sociais e Assentamentos de Reforma Agrária (Cooperar), ligada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Antes do início da colheita, as crianças receberam instruções do engenheiro agrônomo e coordenador do local, Anderson Vinícius Oliveira, que mostrou as condições em que as mudas foram plantadas como tipo de solo e a distância entre elas. Nos dois canteiros (um em formato de mandala) já estão visíveis, além da couve, pés de alface, beterraba, rúcula, coentro, chicória e salsinha.
“Eles já nos deram algumas orientações lá na escola, onde temos uma horta. As crianças gostam bastante”, garantiu a diretora Ledir Gramião, cuja afirmação foi confirmada pelos alunos. “Lá temos abóbora, manga, cenoura e muito mais para comer na escola mesmo”, contou Cauã Barros Soares, de 9 anos, aluno do 3º ano. Para a colega Thaylane de Brito, mexer coma terra se tornou algo natural para eles. “Já é uma coisa que a gente faz sempre, é muito bom”, disse ela, que tem 12 anos e estuda no 4º ano.
O secretário Júlio Carolino acompanhou a colheita e anunciou que as doações das hortaliças ao hospital vão acontecer de forma rotineira. “Além daqui, vamos levar também às escolas da rede para que se tenha essa cultura de alimentação saudável e livre dos agrotóxicos”, ressaltou ele.
A secretária de Saúde, Simone da Costa, recebeu as verduras e avaliou o incremento na alimentação dos pacientes. “Por tudo isso que o secretário disse agora, por não tem nenhum tipo de química no cultivo, é algo que agrega qualidade a quem busca atendimento aqui”, disse ela. O também secretário André Braga (de Economia Solidária), que também acompanhou a coleta, exaltou o projeto como mais um a projetar o nome da cidade. “Isso é nossa cidade dando mais um exemplo para o país e o mundo. “De novo mostramos uma forma sustentável de oferecer qualidade de vida aos nossos cidadãos, é algo que nos enche de orgulho”, afirmou.
O agrônomo Anderson Oliveira disse também que qualquer cidadão pode ir até a unidade agroecológica para buscar orientações sobre como fazer em casa uma horta semelhante à que existe no local. Ele adiantou que haverá cursos de produção de hortaliças, bioinsumos e biodefensivos no mês que vem, cujo calendário ainda será divulgado. “Independentemente disso, a pessoa que nos procurar querendo saber como cultivar em casa pode nos procurar aqui de segunda a sexta, das 7h às 16h. Será um prazer atender a todos que vierem”, garantiu.
Visita
Nesta quinta-feira (20/07), a horta recebeu a visita da engenheira florestal e pesquisadora na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Patrícia Tavares. A visita teve como objetivo estreitar o diálogo entre a Prefeitura, a Cooperativa de Trabalho em Assessoria a Empresas Sociais de Assentamentos da Reforma Agrária (Cooperar) e a universidade no desenvolvimento de parcerias para agregar ainda mais valor ao projeto, implantado através das secretarias de Agricultura, Pesca e Pecuária e de Economia Solidária, a Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e a Cooperar. Para Patrícia, a proposta do projeto é interessante e revolucionária. Segundo ela, a horta e a unidade agroecológica são importantes porque vão oferecer a comunidade local e regiões próximas, o conhecimento sobre agroecologia.“Conseguimos visualizar o potencial que existe e algumas dificuldades que a equipe está enfrentando. Apesar disso, conseguimos vislumbrar que a instituição dessas parcerias podem ajudar em muito o projeto”, afirmou.