No primeiro debate entre candidatos ao governo do Rio no segundo turno das eleições 2018, Eduardo Paes (DEM ) e Wilson Witzel (PSC) discutiram, entre diversos outros temas, o equilíbrio das contas públicas, diante da crise fiscal do estado. Um dos assuntos discutidos foi a disparidade entre o destino que as verbas públicas do estado vêm apresentando e o que a população deseja. Como apontou o cruzamento de dois estudos recém-lançados pela Firjan (Diagnóstico do Estado do Rio e a Pesquisa Orçamento Firjan-Ibope junto à população do estado), os fluminenses querem mais aportes em Saúde e Educação, enquanto o governo gasta mais com custeio da máquina pública e Previdência.
Segundo Paes, o pagamento da folha e o gasto com a previdência estão altos porque a arrecadação está baixa. “O caminho também é sempre olhar as despesas, ver onde cortar. Não precisa aumentar impostos, mas aumentar a arrecadação”, disse Paes, ressaltando sua experiência na Prefeitura do Rio. Witzel também falou sobre aumento da receita: “Não adianta falar em cortes de despesas e aumento de impostos, é preciso aumentar a receita. Para isso, deve-se atrair investimentos, mudar o modelo econômico de concessões para atrair dinheiro”.
Segurança
No campo da segurança, outra pesquisa da Firjan serviu de insumo para o debate: o custo da criminalidade para a indústria de transformação fluminense atingiu R$ 8 bilhões em 2017. Witzel defendeu a implantação de um sistema de câmeras, principalmente nos acessos às cidades, como forma de inibir o roubo de cargas. Disse ainda que vai combater a lavagem de dinheiro, para rastrear receptadores. Sobre os grupos armados, afirmou que dará autorização para a polícia “abater” quem estiver portando fuzil. Paes afirmou que, se eleito, vai exigir contundência no combate ao crime, mas ao mesmo tempo investir em inteligência para evitar a morte de inocentes em operações policiais. Ele disse que contará com o apoio das Forças Armadas em algumas ações, como em territórios dominados.
Incentivos fiscais
Questionados a respeito de benefícios fiscais, Paes disse entender que os incentivos são uma política de desenvolvimento, desde que empregos sejam gerados e não haja privilégios e casos de corrupção. Witzel concordou que os incentivos fiscais são fundamentais para atrair empresas para o Rio de Janeiro e que é preciso fazer parcerias para trazer os investimentos. Em alguns pontos, ambos concordaram: querem melhorar a segurança pública para incrementar o turismo; investir nas universidades estaduais e acabar com a vistoria anual do Detran. Os candidatos responderam a perguntas de Carlos Gross e Sérgio Duarte, vice-presidentes da Firjan, e também de Jonathas Goulart, coordenador de estudos econômicos da federação. Também fizeram perguntas jornalistas do Grupo Band e o público, que participou pelas redes sociais.