68 páginas e 43 contas associadas ao grupo Raposo Fernandes Associados (RFA) foram removidas do ar nesta segunda-feira (22/10) pelo Facebook. Esse é o maior grupo associado ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) da internet. Segundo a rede social, as principais razões foram a violação das políticas de autenticidade e de spam.
O Facebook informou que as pessoas por trás da RFA usavam contas falsas ou múltiplas contas com os mesmos nomes para criar páginas. Tal ação viola as políticas da empresa. Nessas páginas eram publicados “caça-cliques”, ou seja, artigos que direcionavam as pessoas para seus sites fora do Facebook. Os sites, por sua vez, têm uma grande quantidade de anúncios programáticos e pouco conteúdo, funcionando como “fazendas de anúncios” (“ad farms”, em Inglês).
Essas páginas tinham mais engajamento na internet do que grandes artistas, como Neymar, Anitta e Madonna, e surgiram em meio aos protestos em junho de 2013. A consolidação da rede mantida pelo Grupo RFA aconteceu em meio ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), se posicionando a favor de Jair Bolsonaro (PSL) no atual pleito. Durante a divulgação dos resultados do primeiro turno viu-se, por exemplo, diversas páginas do coletivo comemorando as vitórias de Eduardo Bolsonaro e Janaína Pascoal, ambos do PSL.
O Facebook explicou que a atividade de spam das páginas usava conteúdo sensacionalista político para construir uma audiência e direcionar tráfego para seus sites fora do Facebook, ganhando dinheiro cada vez que uma pessoa visita esses sites. “Esse comportamento foi detectado no Facebook, e não há sinais de abuso em nossos outros aplicativos”, diz em nota.
“Autenticidade é algo fundamental para o Facebook, porque acreditamos que as pessoas agem com mais responsabilidade quando usam suas identidades reais no mundo online. Por isso, exigimos que as pessoas usem seus nomes reais e também proibimos spam, uma tática geralmente usada por pessoas mal intencionadas para aumentar de maneira artificial a distribuição de conteúdo com o objetivo de conseguir ganhos financeiros”, diz a nota.
Vale lembrar que outras 196 páginas e 87 perfis já haviam sido removidas da rede no Brasil por disseminar notícias falsas. Em sua maioria, as páginas eram ligadas ao Movimento Brasil Livre (MBL).