Nas últimas semanas, a alta taxa de propagação do vírus em diferentes lugares do mundo levantou uma preocupação entre os cientistas. Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Física da Universidade Federal Fluminense (UFF) com o intuito é o de compreender como o novo coronavírus se movimenta no ar e os impactos disso em sua transmissão, evidenciam a necessidade do uso de máscara facial em espaços públicos por todos.
Do ponto de vista matemático, essa pesquisa fornece uma estimativa que responde quanto tempo o vírus pode permanecer suspenso no ar em um ambiente fechado, e qual o seu alcance antes de ser depositado no chão ou em alguma outra superfície.
O professor Daniel Stariolo, responsável pelo estudo, aponta que foi empregado um modelo onde foi detectado que, em caso de tosse ou espirro por uma pessoa contaminada, em um ambiente não tenha correntes fortes de ar, as gotículas pequenas, que são muito mais numerosas do que as grandes, podem permanecer por horas suspensas no ar. Os cálculos predizem que o tempo varia desde alguns minutos até mais de 15 horas.
Outro ponto da pesquisa mostra que o vírus suspenso isoladamente pode ficar no ar por mais de um mês, de acordo com os recentes resultados experimentais sobre a estabilidade do vírus na atmosfera. Isso mostra como uma pessoa contaminada desprotegida pode ser potencialmente mais perigosa para pessoas saudáveis que respiram ao redor.
“As principais características que determinam o movimento das partículas no ar são massa e tamanho. Normalmente, há uma distribuição desses atributos em um aerossol. Entretanto, na transmissão do novo coronavírus, quando uma pessoa infectada tosse ou espirra ela emite uma certa quantidade de gotículas de saliva com diversos tamanhos, que vão desde micrômetro até milímetros. As gotículas maiores caem rapidamente no chão em razão de seu peso, enquanto as muito pequenas podem ficar flutuando no ar”, disse o professor.
Os resultados reforçam a importância do distanciamento e da utilização de máscaras o tempo todo.
Ainda segundo Daniel Stariolo, a principal dúvida que ainda resta a respeito do processo de transmissão do vírus é o potencial infeccioso, ou seja, qual a concentração mínima de vírus deve existir em um aerossol expelido por pessoa contaminada para torná-lo potencialmente contagioso.