As medidas mais restritas de isolamento social e de combate ao novo coronavírus implantadas pela Prefeitura de Niterói desde março já evitaram a contaminação de 11.569 pessoas com a Covid-19 e 1.468 mortes. A conclusão é de um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que analisou os casos e óbitos confirmados na cidade e as estimativas do avanço da doença entre 17 de março e 30 de maio.
De acordo com o prefeito Rodrigo Neves, Niterói foi a primeira cidade da Região Metropolitana a adotar medidas sociais e econômicas para reduzir os impactos provocados pela crise do coronavírus. O Município também adquiriu, com recursos próprios, 50 mil testes rápidos e iniciou um programa amplo de testagem da população.
Atualmente a cidade tem 2.994 casos confirmados de coronavírus, 1.625 pessoas curadas da doença, 1.140 em isolamento domiciliar, 110 hospitalizados e 119 óbitos.
Entre as medidas de restrição estão a obrigatoriedade do uso de máscara, com multa de R$ 180 em caso de descumprimento, barreiras nas entradas do município, com aferição de temperatura, horários específicos para atividades físicas, sem aglomeração, na orla, e fiscalização do cumprimento dos protocolos sanitários.
O estudo da UFRJ mostra que as medidas de isolamento social implantas em Niterói surtiram efeito.
“A observação das curvas de casos e óbitos é fundamental para embasar as medidas que a cidade poderá tomar. Foi graças a isso que algumas regras de desconfinamento puderam ser estabelecidas, após tantas vidas salvas. O respeito às regras de distanciamento e aos cuidados de higiene é muito importante para que essa boa notícia se mantenha”, explica o o infectologista da UFRJ, Roberto Medronho.
Plano de transição
As regras de restrição de circulação e isolamento social serão mantidas até 30 de junho e podem ser prorrogadas.
O município implantou, em 21 de maio, um plano de transição gradual para o novo normal, com um sistema de cores para identificar estágios de combate ao novo coronavírus e níveis de restrição de circulação e isolamento social que serão colocados em prática. Os estágios têm as cores roxa (situação extremamente grave da pandemia), vermelho (situação muito grave, com restrições de circulação mais rígidas – estágio atual), laranja (atenção máxima) e amarelo (alerta). O sinal verde só deverá ser adotado quando estiver disponível uma vacina contra a Covid-19.
Atualmente, a cidade está no estágio laranja. Estão liberadas as atividades essenciais que permaneceram em funcionamento nas últimas semanas, como mercados e supermercados, farmácias, padarias, pet shops e postos de combustíveis, além de óticas, lojas de materiais de construção, oficinas mecânicas e de bicicletas, atividades da construção civil, serviços médicos, odontológicos e de fisioterapia, hotéis, indústria do petróleo e gás, lojas de automóveis e concessionárias, restaurantes (entrega apenas), escritórios, imobiliárias, salões de beleza e empresas de manutenção e reparo de máquinas e equipamentos.
Entre os protocolos obrigatórios estão à ocupação máxima de 50% da capacidade, tratamento preferencial para clientes que estão nos grupos de risco, distanciamento entre as pessoas, obrigatoriedade de manter informativos sobre a prevenção visíveis, monitoramento da temperatura dos funcionários, testagem trabalhadores sintomáticos, afastamento dos profissionais que estejam nos grupos de risco ou apresentem sintomas gripais.
A prática de exercícios físicos individuais na orla também foi autorizada das 6h às 9h e de 16h às 22h. Idosos acima de 60 anos têm horário exclusivo para atividades físicas entre 9h e 11h.
O plano de transição gradual para a nova normalidade foi desenvolvido por um grupo de trabalho, que contou com a participação de técnicos da Prefeitura e especialistas do meio acadêmico. Ele foi baseado na ciência e nas melhores experiências internacionais. E, para isso, foram levados em conta critérios como a taxa de transmissão da Covid-19 na cidade, taxa de letalidade e a retaguarda de leitos.