Pressionado por conta da má gestão durante a pandemia, o general Eduardo Pazuello alegou problemas de saúde e pediu afastamento do Ministério da Saúde. Uma mudança, entretanto, já vinha sendo ensaiada pelo presidente da República Jair Bolsonaro, que sofria pressões de deputados do Centrão para mudar o comando da pasta.
A informação do afastamento foi publicada pelo jornal “O Globo” neste domingo (14). Informações de interlocutores do presidente apontam que dois nomes já foram sondados: Ludhmilla Abrahão Hajjar, professora associada da USP, e Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Bolsonaro se reuniu, no último sábado (13), com ministros da ala militar do governo para tratar da troca do comando. Participaram da reunião, além de Pazuello, os ministros Walter Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Fernando Azevedo (Defesa). Mais cedo, o chefe do Executivo já havia tratado do assunto com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
A mudança, de acordo com integrantes do Governo Federal, não é política. Conforme apuração de “O Globo”, se a decisão fosse pautada na pressão do Centrão, o nome mais provável de assumir o ministério é o do deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ), mesmo partido de Lira.
Partidos do Centrão pedem a troca do ministro com a justificativa de que a gestão de Pazuello durante a pandemia do novo Coronavírus é ruim. Entretanto, dado o jogo de poder que garante o apoio do grupo ao governo Bolsonaro, o grupo que mais força e espaços na administração pública através da distribuição de cargos.
Lula – A elegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o possível retorno ao cenário eleitoral dá mais força ao Centrão na hora de negociar mais força no governo Bolsonaro. Vale lembrar que o Centrão é volátil, e já esteve do lado de Lula, bem com está atualmente do lado do atual presidente.
Caso não ceda (nesse caso e em outras quedas de braço), Bolsonaro pode perder o apoio do Centrão na disputa eleitoral de 2022, perdendo, com isso, força política para a reeleição.
No sábado, a troca no comando da pasta foi tratada em conversa de Bolsonaro com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL). No final do dia, Bolsonaro se reuniu com os ministros Eduardo Pazuello, no hotel de Trânsito do Exército, onde mora Pazuello.