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Maricá lança circuito dos museus

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Errejota Notícias

“Construir museus é uma excelente maneira de imaginarmos o futuro. Museus são janelas para o futuro, embora nos conte histórias do passado, na verdade nos propõe uma reflexão para o futuro”. O depoimento do ator Pedro Cardoso, marca o pontapé dado pelo município de Maricá na criação do projeto Maricá Cidade do Samba e das Utopias, um circuito que integrará histórias de três personalidades marcantes que vivenciaram a cidade, Darcy Ribeiro, Beth Carvalho e João Saldanha e transformará em museus as casas onde viveram.

O evento aconteceu na noite de quarta-feira (03), na Casa Darcy Ribeiro, em Cordeirinho. De acordo com o projeto, além dos museus, a Cidade do Samba e das Utopias contará com um espaço de convivência que terá vestiários altamente equipados com chuveiro, mesas, sombreados, chuveiro com água salgada próximo à praia, guarda-vidas, parque infantil com piscina e lugar para fazer piquenique com a família, uma infraestrutura de alto padrão para o visitante.

Luana Carvalho, filha de Beth Carvalho, e João Saldanha, filho de João Saldanha, estiveram na apresentação do projeto. Ambos estavam felizes pelo reconhecimento.

“A ideia de transformar a casa em um espaço do samba, do samba estar sendo representado em Maricá por ela e, principalmente, da casa da minha mãe com a casa do Darcy e do João Saldanha é uma ideia incrível. Era uma coisa que ela sabia e queria que acontecesse. Ela não tinha ideia de que seria essa coisa unida. Nesse momento do Brasil e pela amizade que ela e o Darcy tiveram, pela ideologia tão fundida dos dois, é muito lindo que esse projeto possa acontecer”, contou Luana Carvalho.

“A gente falar dessa personalidade que é o meu pai (porque ele ainda se faz presente no futebol), evocando a memória dele, em um museu aonde você pode interagir e entender como essa expressão desportiva se deu no Brasil e como ela se desenvolve até hoje lançando no mundo craques inomináveis é um privilégio. Acho que as pessoas vão ter muitos impulsos para o entendimento mais profundo da cultura do futebol” – João Saldanha.

Gringo Cardia, responsável pela reconfiguração dos espaços disse que o projeto chega em um momento em que estamos repensando o país.

“É uma honra fazer esse projeto. Maricá sai na frente de tudo de cultura no Brasil com este projeto. É algo pioneiro na cultura impulsionando e turismo. Homenagem aos três libertários, inspiradores em momento que estamos repensando o Brasil. Será um pólo de cultura e entretenimento pra cidade”.

Para o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), José Orlando, Maricá já está inserido no mapa do turismo do Brasil e a criação destes projetos fortalece o seguimento de negócios baseado na economia de turismo.

“A Codemar tem um portifólio de projeto de turismo que estão em desenvolvimento. Algumas das ações são a reforma do Farol de Ponta Negra, acessibilidade da praia da sacristia, entre outras. Temos a expectativa de construção de hotéis e centro de convenções, além dos museus, tendo assim uma orla de utopias. Até o final de 2020 já teremos esse modelo, esse parque de utopias criado para que o turismo se aproveite dessas ações e histórias que maricá possui e apresenta”, falou.

A secretária de Cultura, Andreia Cunha, a cidade vive um momento de transformação.

“É um momento muito especial em Maricá no desenvolvimento econômico, cultural e turístico. Juntar três personalidades bem próximos uma das outras transforma uma cidade. Beth, Darci e João viveram dias e noites de Maricá e isso é muito importante pra gente de fato fazer um excelente trabalho em torno delas. A cultura e o turismo proporcionam um desenvolvimento de fato fantástico para cidade, turismo e alavanca o município internacionalmente”, falou.

O vice-prefeito Marcos Ribeiro contou que nunca esteve tão feliz em andar na contramão.

“Maricá está na contramão e eu nunca tive tanto prazer de andar na contramão. O que estamos fazendo aqui é um resgate da utopia do Darcy, do samba da Beth, do futebol do João. Coisas da nossa cultura que estavam virando pó. Estávamos perdendo utopia, o país estava perdendo a capacidade de sonhar”.

O prefeito Fabiano Horta complementou falando sobre a importância de estruturar a cidade para era pós petróleo.

“Temos uma alegria aqui que é meio misteriosa. Uma alegria que se vincula a uma transcendência de todas as objetividades que estamos fazendo aqui hoje. Alegria que se mistura para além disso tudo. Apontamos para cidade como referência turística cultural como um elemento objetivo do nosso futuro. Estamos olhando com essa clareza e objetividade, entendendo que esse ciclo da cadeia do petróleo vai passar e a gente precisa estruturar a cidade com outra perspectiva. Os encantos de Maricá, que no passado já reverenciaram essas personalidades que aqui constrói seus acervos e museus, continua vivo. Estamos construindo uma realidade que a gente não tem dimensão do que pode planejar, tá pra além dos acervos e beleza da orla. Queremos trazer o espírito do saber destas pessoas e a motivação existencial que elas tinham”, contou o prefeito.

Como serão as casas?

Na Casa Darcy Ribeiro, por exemplo, o visitante poderá fazer pinturas indígenas no seu corpo, uma vez que o escritor tinha uma forte atuação nas questões ligadas ao povo nativo. Além disso, o local terá roupas e objetos pessoais usados pelo antropólogo. Como Darcy Ribeiro foi um dos criadores e planejadores dos Centros Integrados de Ensino Público (CIEP), projeto revolucionário de incentivo ao tempo integral nas escolas, a casa vai oferecer também um programa de formação de professores do Ensino Fundamental.

“A casa dele vai contar quem foi o Darcy, sua importância, sua ligação forte com a educação e vamos mostrar que ele foi um antropólogo que entende que o Brasil é um país do futuro e que tem uma ênfase especial sobre os indígenas brasileiros com a região de Maricá”, explicou Gringo Cardia.

Outro projeto de grande potencial turístico e cultural e que contempla a Península será a Casa de Samba Beth Carvalho, uma homenagem à eterna Madrinha do Samba, como era conhecida, falecida em abril deste ano. Lá serão feitas duas estruturas: um memorial informativo sobre a cantora com exposição de figurinos e exibição de vídeos contando sua história e sua parceria com sambistas como Zeca Pagodinho e integrantes do Grupo Fundo de Quintal, entre outros bambas do samba. Outro espaço do museu será destinado às aulas de samba e percussão.

“Não temos um museu dedicado ao samba e Maricá vai ser o primeiro lugar do Brasil a contar a história do estilo musical. Vamos mostrar que o ritmo é uma manifestação cultural que trouxe a alegria e a musicalidade para o país. Vai ser um espaço para passar o dia e vamos ter junto com isso uma infraestrutura turística”, ressaltou Cardia.

A casa de João Saldanha que fica na Barra de Maricá foi o local escolhido para abrigar o museu “Casa do Futebol”. O ambiente vai proporcionar os visitantes a conhecerem os times de futebol desde a aldeia indígena a até futebol de padres. Como marca registrada do cenógrafo, a interatividade estará evidente também nesse projeto, desde mesas de totó que serão instaladas à videogames de futebol.

“Mostrar que futebol está enraizado na cultura do Brasil. Nos mais distantes lugares do país o esporte e arte fazem parte da diversidade nacional”, finalizou.

 

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