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Dados defasados do IBGE prejudicam vacinação de Covid-19 em Maricá

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A imunização contra Covid-19 em Maricá poderia estar mais avançada se os responsáveis por definirem os quantitativos de doses destinados à cidade tivessem levado em conta os seguidos pedidos de reconsideração enviados pelo município e mandassem o volume compatível com as necessidades e com a estatística correta.

Nas últimas remessas do mesmo imunizante, o mesmo problema: no início de maio, o estado havia recebido 90 mil doses de Coronavac do Ministério da Saúde, mas só 640 chegaram aos braços dos maricaenses. No dia 18 de maio, a desproporção foi igual: o MS teria pedido o quantitativo ao estado, este solicitou 171 mil doses, recebeu quase 180 mil e só destinou 3.320 doses à cidade, que precisava de 4.500 para zerar a demanda pela segunda aplicação. Desta vez, o estado recebeu do MS cerca de 10 mil doses de Coronavac e novamente destinou pouco mais de 1% para Maricá. No total, desembarcaram no estado nesta última leva 224.570 doses de três imunizantes. Além do quantitativo da vacina do Butantan, vieram 53.820 doses da Pfizer – nenhuma enviada à cidade – e 160.750 doses da vacina AstraZeneca – das quais 3.980 doses foram destinadas a Maricá no sábado (29/05),

Como isso não acontece, cenas como a da última terça-feira (01), quando Maricá recebeu um lote com apenas 140 doses de Coronavac, continuam se repetindo. A quantidade recebida é tão pequena que servirá somente para aplicar a segunda dose em gestantes.

Desde o início da vacinação no Brasil, o Ministério da Saúde adotou a proporcionalidade da população por estado como metodologia de distribuição dos imunizantes. Mas no caso de Maricá, a inexplicável insistência no erro vem trazendo prejuízos evidentes. O critério segue o Censo de 2010, o que não levaria em consideração nem o forte e visível crescimento da cidade nem as próprias atualizações feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelo levantamento de 2010 que vem balizando as remessas de vacinas, Maricá possuía 127.461 habitantes, número que foi atualizado pelo IBGE em 2015 para 143 mil habitantes e novamente para 164.500 habitantes em 2020. A informação é oficial e consta no próprio site do instituto.

“É possível observar que essa estratégia empregada pelo MS, e seguida pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio, tem se mostrado ineficaz quando se trata de Maricá. Isso é algo que estamos cobrando desde o começo e até hoje temos sido ignorados”, cobra a secretária de Saúde, Simone Costa e Silva.

A distorção que tanto prejudica a população da cidade se torna gritante no episódio da distribuição de doses de vacinas da Pfizer. Como o imunizante exigia condições especiais de armazenamento que só a capital, Maricá e Nova Iguaçu possuem, o município pleiteou o envio de doses do imunizante para guarda e consumo na cidade em ofício enviado ao estado no dia 29/04. Não só não houve resposta como no dia 24/05 a Secretaria Estadual de Saúde destinou o imunizante Pfizer/Biontech a outros 19 municípios com 150 mil habitantes ou mais (pelo censo de 2010) e estão até duas horas e meia da capital, de acordo com critérios estabelecidos pela Secretaria Estadual de Saúde. Maricá, além de ficar a pouco mais de uma hora de distância da capital, teria 14 mil habitantes a mais do que o mínimo necessário – pelo dado atualizado do IBGE.

A conta também fica no vermelho quando se observa outro número, este atestado oficialmente, que é o de idosos cadastrados para a vacinação de Influenza. Enquanto o município dimensiona os grupos através dos registros dos usuários como o cadastro da Estratégia Saúde da Família (ESF) e dos diversos programas de saúde municipais, o Ministério da Saúde utiliza a informação dos seus Programas e Sistemas, nem sempre atualizados com a realidade local.

É o caso dos idosos, assim como para outros grupos prioritários, onde é utilizado o Sistema do Programa Nacional de Imunização (SIPNI). Ocorre que Maricá é o município que mais cresce em população no Estado do Rio e seus idosos cadastrados cresceram em 61% (de 18.000 para 29.000 cadastrados) desde a campanha da influenza de 2020, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. O subdimensionamento é maior quando comparado o grupo de idosos das faixas etárias abaixo de 75 anos. De acordo com MS, o município tem 56,4% de idosos entre 60 e 75 anos, sendo que Maricá tem 22.232 cadastrados e o MS aponta 12.559. Com isso, no mês de abril faltaram vacinas para 43,6% desse grupo prioritário. Quando analisada somente a faixa de 60 a 65 anos, essa divergência chega a 109,7% (8.976 cadastrados para 4.280 dimensionados pelo MS).

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