Nesta última segunda-feira (5), a Autoviação Ingá pagou seus funcionários. Assim, evitando a possível greve da categoria no próximo dia 9.
A regularização dos débitos trabalhistas da empresa é, de acordo com a Sintronac, uma conquista dos rodoviários. E uma prova de que a união de todos é essencial para que novos absurdos não sejam cometidos.
“É inadmissível que trabalhadores que ganham R$ 1,2 mil, R$ 1,5 mil, fiquem até 50 dias sem receber seus salários. Os trabalhadores e o Sintronac estarão atentos para reagir diante de qualquer descumprimento da legislação trabalhista, principalmente no que se refere aos direitos elementares dos rodoviários. As empresas têm que ter seus funcionários como prioridade, pois são eles que mantêm o funcionamento das companhias e muitos mal recebem o suficiente para sustentar suas famílias. Não vamos tolerar mais nenhum tipo de abuso com os rodoviários”, avisa o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
O grupo Ingá foi o conglomerado de empresas de ônibus de Niterói mais atingido pela crise no setor de transportes. Em fevereiro deste ano, os funcionários e os executivos do grupo firmaram acordo, através de negociações com o Sintronac e intermediação do Ministério Público do Trabalho (MPT), para quitação de dívidas trabalhistas.
No entanto, a elevação do custo operacional das companhias, principalmente do óleo diesel, comprometeu o cumprimento do calendário de pagamento dos débitos.
Ouvimos alguns passageiros insatisfeitos com os serviços oferecidos pela empresa:
“Ontem por exemplo eu peguei as barcas das 18hrs, aí eu cheguei no centro e o 49-1 lotou. Só que despachante segurou o motorista ali quase vinte minutos pra esperar a próxima barca, para poder lotar o ônibus. Então eu fiquei ali quase meia hora esperando o ônibus sair. pega o pessoal do EBAG. Eles estão fazendo isso agora, não sei o porquê. Fico um tempão dentro do ônibus esperando ele sair ali e bem lotado, intupido”, relata Igor Flores, morador de Icaraí.
“Depois que tiraram o 62A, eu chego no trabalho muito mais cansada. Preciso fazer uma caminhada todos os dias para pegar o 62B, wue sempre vem cheio. Na hora da volta é pior, quase nenhum 62B para por causa da super lotação. A promessa da prefeitura era de retirar a linha 62A, assim aumentando a frota do 26 e 26A. Mas na prática não é isso que tá acontecendo”, salientou Erenilda Ramos, moradora do Caramujo.
Além disso, a Prefeitura de Niterói não repassa há nove meses os valores das gratuidades para as companhias de ônibus que operam na cidade, entre elas a Ingá e a Peixoto, que compõem o grupo. Segundo seus executivos, a dívida acumulada com essas duas empresas é de R$ 1,28 milhão. Já a Transporte Turismo Rosana, que opera a linha 43 (Fórum x Jardim República – via Arsenal) e integra o Ingá, não recebe há nove anos as gratuidades de passagens por parte da Prefeitura de São Gonçalo.
*Por Jussiara Souza, estagiária sob supervisão de Lucas Nunes