Funcionários da loja da rede Atacadão em Maricá, em contato com o ErreJota Notícias, denunciaram que o estabelecimento iria manter o expediente normal com atendimento ao público na próxima segunda (17), Dia do Comércio e do Comerciário, sem remuneração extra ou qualquer tipo de compensação. Vale lembrar que, conforme previsto na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, deve-se haver acordo entre trabalhador e empregado, caso contrário a folga do trabalhador é obrigatória.
Na denúncia, um funcionário falou que a rede queria “negligenciar o feriado”. “Vão fazer a gente trabalhar e não vão dar nem uma folga depois. Vai ser como se fosse um dia normal. A gente já trabalha de domingo a domingo com uma folga na semana, um trabalho exaustivo com um salário ridículo. Fazer isso com a gente é revoltante”, contou.
De acordo com os funcionários que entraram em contato com a nossa reportagem, já houve uma série de versões passadas pela chefia. A primeira delas é que a loja não funcionaria. Depois, foi informado que haveria expediente e que eles seriam compensados com uma folga posterior. Por fim, a informação recebida foi a de que haverá expediente normal sem direito à folga.
Em orientação aos comerciantes da cidade, a Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Maricá (ACM) informou que “o empregador não poderá exigir o trabalho de seus colaboradores. O comerciante que abrir o seu estabelecimento não poderá contar com a participação dos funcionários. O comerciante pode abrir seu estabelecimento, se for trabalhar com a família”.
A reportagem do ErreJota Notícias procurou a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), que informou que “o funcionamento deve ser alinhado entre o lojista e o sindicato de classe local. A ASSERJ não tem ingerência nas pautas sindicais”.
A rede de supermercados também foi procurada pela reportagem e, na tarde deste sábado, informou que “seguindo a recomendação da Associação Comercial do município de Maricá, a loja não funcionará no dia 17 de outubro”.
Após a confirmação de que não iria ter expediente, o funcionário agradeceu à nossa reportagem. “Você não sabe a felicidade que me deu. Parabéns e obrigado. É uma vitória. Não sei o que falar, estou muito emocionado. O funcionário não tem voz nesse trabalho e vocês deram voz para a gente. Isso me fez acreditar que ainda tem jeito de termos os nossos direitos respeitados”, disse.
