Na contramão do restante do estado, em Niterói os casos de dengue diminuíram 98% desde 2016. Os números de casos notificados, que há 6 anos chegaram a 3.369, não passam dos dois dígitos em 2022: até setembro foram apenas 66 notificações.
O motivo, de acordo com a Prefeitura, está no projeto de liberação de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, em parceria com a Fiocruz e o World Mosquito Program (WMP), aliado à organização das políticas públicas de Saúde.
Além da redução dos casos de dengue, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Niterói informa que, desde janeiro deste ano até o momento, foram notificados apenas 12 casos de chikungunya e não houve caso notificado de zika.
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A redução do número de casos ocorre gradualmente há seis anos. Em 2016, os casos de dengue somaram o total de 3.369; os de zika, 6.958; e os de chikungunya, 289. Em 2017, foram 905 casos de dengue; 321 de zika e 598 de chikungunya. Em 2018, foram 1754 casos de dengue; 347 de zika e 2939 de chikungunya. Já em 2019, houve uma significativa diminuição, somando 388 casos de dengue; 89 de zika e 353 de chikungunya. Durante a pandemia, nos anos 2020 e 2021, os índices foram de 153 e 46 casos de dengue, respectivamente; 10 e 3 casos de zika; e 103 e 12 casos de chikungunya.
As primeiras liberações dos Aedes aegypti com Wolbachia ocorreram em 2015, no bairro de Jurujuba, em Niterói. Em 2016, a ação foi ampliada em larga escala em Niterói. Desenvolvido pela World Mosquito Program (WMP) e, no Brasil, conduzido pela Fiocruz, o método consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam, estabelecendo, aos poucos, uma nova população de mosquitos. Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução destas doenças.