Beira o impossível passar pelo Centro de Niterói nos dias de hoje e não ver uma pessoa em situação de rua. A situação de vulnerabilidade chama atenção das pessoas no entorno, e em casos extremos gerando até revolta da população.
Os comerciantes Áurea Monteiro, de 73 anos, e Francisco Monteiro de 49 se revoltaram. Eles têm um bar na rua Marechal Deodoro, e contam que já presenciaram algumas situações desconfortáveis.
“As pessoas não conseguem passar pela calçada, elas tem medo e fora que eles fazem todas suas necessidades aqui”, conta Áurea. Francisco complementa dizendo que os atos vão além – “Até relações sexuais eles praticam, à luz do dia aqui, é uma vergonha!” – desabafou.
Os comerciantes reportaram também que a população de rua pratica assaltos, ameaças e outros delitos.
Também foi dito que a Secretária de Assistência Social até já apareceu algumas vezes, mas nada adianta. A situação insalubre retorna.
Em um outro comércio, na mesma rua, as falas foram diferentes. “Olha, pra falar a verdade, aqui nunca aconteceu coisas deste gênero”, contou Cláudio Fernandes.
Resposta da Prefeitura
A Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária notificou que vêm intensificando as abordagens sociais desde maio, quando a cidade registrou diminuição da temperatura. Desde então, a SMASES ampliou o número de vagas para acolhimento. É importante ressaltar que a legislação brasileira não permite o acolhimento compulsório.
As abordagens sociais ocorrem no município de forma sistemática. No primeiro semestre deste ano, houve a realização de mais de 2.600 abordagens de busca ativa, feitas pela equipe do Serviço Especializado de Abordagem Social. No mesmo período, aproximadamente mil pessoas foram atendidas no Centro Pop com demandas diversas como documentação, higiene, busca por familiares e acolhimento.
A SMASES conta com o projeto Centro Pop Itinerante que, desde fevereiro, atua rotineiramente no Campo de São Bento (Icaraí), Praça São João (Centro) e Ingá que realizou, no mesmo período, cerca de 370 atendimentos.