Uma gestão compartilhada entre a Prefeitura de Niterói e o Governo do Estado sobre o Complexo Caio Martins, em Icaraí. Foi a proposta defendida na Câmara Municipal, em audiência pública na noite desta terça-feira, 14, sobre o ginásio, que teve suas atividades físicas suspensas em outubro do ano passado, devido a obras inacabadas do governo estadual. O estádio está sob administração da Secretaria de Esportes.
“A gestão compartilhada é a saída. O Governo do Estado e o Município precisam definir quando e como o complexo vai funcionar. A municipalização não é a melhor solução. Queremos ainda o retorno imediato das atividades físicas que são promovidas lá. Defendemos ainda a remoção das arquibancadas, que estão desabando e do muro, que está todo corrompido. No lugar dele, seria colocada uma grade no entorno, tal qual existe no Campo de São Bento. Vamos fazer um relatório e enviar ao governador Cláudio Castro, com essas demandas”, anunciou o vereador Fabiano Gonçalves (Cidadania), que presidiu a audiência.
O assessor especial do governador, Bruno Lessa, que representou Castro na audiência, disse que vai pedir ao secretário de Estado de Esportes, Rafael Picciani, a retomada imediata das atividades que tinham sido interrompidas em outubro passado, deixando mais de mil alunos sem aulas de hidroginástica, natação, futebol, vôlei, basquete, entre outras atividades.
“ Vou entrar em contato com o Rafael nesta quarta-feira (15) e pedir o retorno imediato das atividades. Saber com ele quando o Caio Martins será reaberto. O governo tem interesse de que o complexo seja recuperado e atenda a toda a população de Niterói e adjacências”, disse Bruno.
A promotora Renata Scarpa, da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva e Cidadania, também presente ao evento, oficiou à Secretaria de Esportes para que o Caio Martins mantenha a sua finalidade que é promoção de atividades esportivas.
“Eu enviei ofício à secretaria lembrando que o MP não aceita que o ginásio tenha outra finalidade que seja a promoção de atividades esportivas e seja aberto à população”, informou.
O advogado Fernando Tinoco, presidente do conselho deliberativo do Clube Central e representante de todos os clubes da cidade na audiência, citou o artigo da Lei Orgânica do Município, que diz que os clubes devem manter sempre a sua finalidade esportiva. “Eu lembro que o Clube Central teve problema com a sua quadra e precisou usar a de outros clubes. O Caio Martins precisa estar aberto para os outros clubes”, contou.
O vereador Paulo Eduardo Gomes (Psol) disse que apresentou projeto de lei na Câmara tornando o complexo patrimônio imaterial do município e que no local seja construído um monumento lembrando que o estádio foi usado como presídio político logo após o golpe militar de 1964.
O arquiteto João Marcos Brandão apresentou o seu projeto de conclusão do curso de graduação na Universidade Anhanguera, mostrando os usos do Caio Martins, em que no local poderia haver algumas lojas, lanchonete, quiosques e restaurantes, assim, se tornando auto sustentável.