Pela primeira vez, desde que foi instituída a constituição de 1988, as Forças Armadas assumirão o comando da segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. A medida é adotada depois de o Governo do Estadual perder o controle da segurança, principalmente no período do Carnaval, em que bandidos aproveitaram a oportunidade para cometerem delitos durante os blocos. O decreto será oficializado ainda nesta sexta-feira (16) e a decisão terá que passar pelo Congresso Nacional.
A determinação foi tomada após reunião de emergência no Palácio da Alvorada, na noite de quinta-feira (15). A intervenção na segurança teve aprovação do governador Luiz Fernando Pezão.
O presidente Michel Temer designou também que o General Souza Braga Neto, do Comando Militar do Leste, será o interventor. Ele foi um dos responsáveis pela segurança durante a Olimpíada do Rio, em 2016.
A reunião emergencial se deu depois que o governador Luiz Fernando Pezão admitiu que houve falha no planejamento de segurança durante o Carnaval. “Não estávamos preparados. Houve uma falha nos dois primeiros dias, e depois a gente reforçou aquele policiamento. Mas eu acho que houve um erro nosso”, declarou o governador na última quarta-feira (14).
Diversos episódios de violência foram registrados durante a folia. Houve arrastões, assaltos nos blocos, saque a supermercado, entre outros crimes, da Zona Sul até a Zona Norte da capital. Além disso, três PMs foram mortos durante a festa carnavalesca.
No sábado (10), o soldado Dejair Jardim do Nascimento, de 29 anos, foi morto quando chegava a um mercado em São Gonçalo. Também houve dois PMs baleados ao tentarem impedir um roubo no Leblon, e um policial morto em uma suposta tentativa de assalto no Méier, a Zona Norte. Ainda no Méier, na manhã de terça-feira (13), o sargento Fábio Miranda da Silva foi baleado em uma suposta tentativa de assalto e morreu. À Noite, no mesmo dia, o soldado André Luiz Xavier Barbosa, de 33 anos, estava em patrulhamento na Rua Pacheco Leão quando foi atropelado por uma moto e morreu.