Nesta terça-feira (02/05), foi divulgada uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, com o apoio da Uber, que revelou dados alarmantes sobre a experiência das pessoas com deficiência (PCDs) nos deslocamentos pela cidade. De acordo com o estudo, 77% das pessoas com deficiência já passaram por pelo menos uma situação de preconceito durante seus deslocamentos.
A pesquisa ouviu 1.200 pessoas com deficiência de todas as regiões do país e mostrou que as situações de preconceito são diversas, desde a falta de acessibilidade em transportes públicos até o tratamento inadequado por parte de motoristas de aplicativos.
Ainda segundo a pesquisa, 85% das pessoas com deficiência utilizam transporte público para se deslocar e, entre elas, 63% afirmam que os ônibus não possuem acessibilidade adequada. Além disso, 59% das pessoas com deficiência relatam dificuldades em encontrar pontos de táxi adaptados às suas necessidades.
No que diz respeito aos aplicativos de transporte, 73% das pessoas com deficiência relataram já terem sido canceladas por motoristas após informarem sobre a sua deficiência. Além disso, 72% das pessoas com deficiência já foram tratadas de forma inadequada por motoristas de aplicativos.
De acordo Elizabete Pereira, moradora de Niterói e PCD, “as cidades não estão preparadas para pessoas PCD’s. Até os transportes públicos e lugares que possuem infraestrutura de acessibilidade são limitados ou não são bem cuidados. Os ônibus, por exemplo, a maioria tem elevador mas ele não funciona ou os prédios tem rampas mas elas ficam muito distantes da entrada principal. São condições assim que dificultam ainda mais o nosso dia-a-dia”.
A pesquisa também abordou o impacto dessas situações de preconceito na vida das pessoas com deficiência. Segundo os resultados, 89% dos entrevistados afirmaram que a falta de acessibilidade em transportes públicos e a discriminação em aplicativos de transporte prejudicam a sua qualidade de vida.
Diante desses resultados, é importante que empresas e governos se comprometam em garantir a acessibilidade e o respeito às pessoas com deficiência nos deslocamentos pela cidade. Além disso, é essencial que a sociedade em geral se conscientize sobre a importância da inclusão e da eliminação de preconceitos e barreiras que ainda existem em relação às pessoas com deficiência.
*estagiária sob supervisão de Raquel Morais
