Falta de poda de árvores, fios de alta tensão muito baixos, canais de atendimento ruins, demora no socorro e contas de luz altas e sem explicação. Essas foram as reclamações apresentadas na audiência pública da noite desta quinta-feira, 03, por dirigentes de entidades de classe, associações de moradores e representantes da sociedade civil durante audiência pública promovida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel, no plenário da Câmara Municipal de Niterói.
A audiência foi presidida pelo presidente da CPI, vereador Leonardo Giordano (PC do B), que teve ao seu lado o vice, Fabiano Gonçalves (Cidadania). Giordano explicou que todas as informações colhidas nas audiências públicas mais as documentações e informações fornecidas pela concessionária serão levadas às autoridades competentes.
“Vamos fazer agora reuniões temáticas e levaremos cópias do relatório para a prefeitura, para que elabore leis e tome as devidas medidas; para o Ministério Público do Estado; para a concessionária; para a agência reguladora; entre outros órgãos”, contou o parlamentar.
O presidente da Federação das Associações de Moradores de Niterói (Famnit), Manoel Amâncio, disse que a Enel pode fazer muito mais do que entrega à população.
“A federação tem tratado com a Enel desde 2015, quando teve muitos problemas de falta de luz. A partir daquela época, passamos a aproximar a concessionária das comunidades, o que antes não acontecia, por causa da periculosidade. A conta de luz, por exemplo, vem diferenciada. Em 2019, iniciamos nova rodada de conversas. Hoje, sentimos que a empresa precisa se aproximar mais das comunidades e melhorar os seus serviços. Pode entregar muito mais”, contou Amâncio.
Sílvia da Costa Acioli, moradora do bairro Maravista, na Região Oceânica, também reclamou da demora do atendimento.
“Lá, sempre que chove, falta luz durante horas. A Enel demora para atender. Vários moradores já perderam aparelhos eletrodomésticos, que queimaram. Já tive uma geladeira, cujo motor quebrou. Há quatro meses tem um poste que está caindo”, relatou.
Ricardo dos Santos, que representou a Associação de Moradores do Morro do Estado, também relatou problemas com a prestação de serviços da concessionária.
“Tive falta de energia por oito horas. Somos atendidos, mas, vejo que há poucos profissionais para atender”, observou.
Ermano Torres Santiago, gerente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Niterói (CDL), queixou-se dos canais de atendimento da concessionária.
“Os canais virtuais são ruins. A má prestação dos serviços é clara. Além disso, não conseguimos identificar a origem do consumo, para saber a razão do valor da fatura”, contou.
O subsecretário estadual de Energia, Felipe Peixoto, informou que vai ser feito um convênio entre o Governo do Estado e a Agência Reguladora de Energia e Saneamento (Anergesa).
“Na sexta-feira de Carnaval, o governador Cláudio Castro recebeu a direção da Anergesa para uma reunião e foi acordado que vai ser feito o convênio. A agência tem escritório no estado e fiscaliza apenas o gás. Ela vai fiscalizar os serviços da Enel e depois, repassar o relatório para a Agência Nacional de Energia Elétrica. (Aneel). A legislação permite que haja agências estaduais de regulação. O Ministro das Minas e Energia disse na última quarta-feira, 03, na Câmara dos Deputados, que vai ter novas regras para as concessões e algumas poderão não ser renovadas.
Representando a Enel, Andréa Andrade, disse que a empresa está buscando melhorar os serviços.
“Vamos buscar melhorias para eles, em modo virtual e presencial. Já as tarifas são determinadas pelo órgão regulador. Endereçamos ao Governo do Estado o mapeamento das áreas conflagradas de comunidades, para ver se batem com as que temos na empresa”, disse.