Depois de mais de três anos, com 6,921 milhões de mortes em todo o mundo, sendo mais de 700 mil somente no Brasil, a Organização Mundial de Saúde decretou nesta sexta-feira, 5, que a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, não configura mais emergência em saúde pública de importância internacional. Segundo a entidade, o vírus se classifica agora como “problema de saúde estabelecido e contínuo”. Contudo, a doença continua sendo ameaça global, segundo a entidade.
Na última sessão deliberativa, iniciada na última quinta-feira, 4, membros do comitê apontaram a tendência de queda no número de mortes por Covid-19, o declínio nas hospitalizações e internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) causadas pelo vírus e os altos índices de imunidade da população mundial.
Desde março de 2020, o Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional da OMS se reunia periodicamente para analisar o cenário global provocado pela doença.
“Ontem, o comitê de emergência contra a covid-19 se reuniu pela 15ª vez e recomendou a mim que declarasse o fim da emergência em saúde pública de importância internacional. Aceitei a recomendação. Com grande esperança, declaro o fim da covid-19 como emergência sanitária global”, anunciou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva à imprensa.
“Entretanto, isso não significa que a covid-19 chegou ao fim enquanto ameaça global de saúde. na semana passada, a covid-19 clamava uma vida a cada três minutos – e essas são apenas as mortes das quais nós temos conhecimento”, completou o diretor-geral.
Em todo o mundo houve 765.222.932 casos confirmados de Covid , incluindo 6.921.614 mortes, relatadas à OMS em 3 de maio. Contudo, esses números podem estar subestimados. Pesquisadores independentes estimaram que a contagem real de mortes do vírus é muitas vezes maior. Um ano atrás, a OMS disse que 15 milhões de pessoas morreram nos primeiros dois anos da pandemia do que em tempos normais.
Vários países já encerraram seus estados de emergência de Covid. O Brasil fez tal medida em abril do ano passado, contrariando recomendações da OMS. Os Estados Unidos anunciaram que suspenderão sua emergência no próximo dia 11. Contudo, continuará a ter status de pandemia, segundo a OMS, assim como o HIV.
Ainda de acordo com a OMS, 13,3 bilhões de doses de vacinas contra a doença foram administradas em todo o mundo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o anúncio da OMS em sua conta no Twitter. Ele lembrou que a pandemia ainda continua e pediu que os brasileiros se vacinem contra a doença. Também criticou o negacionismo, que custou vidas.
“Depois de 3 anos, hoje finalmente podemos dizer que saímos da emergência sanitária pela Covid-19. Infelizmente, o Brasil passou da marca de 700 mil mortos pelo vírus. E acredito que ao menos metade das vidas poderiam ter sido salvas se não tivéssemos um governo negacionista”, escreveu Lula.
Ele acrescentou que o governo federal vai incentivar a ciência e as campanhas de vacinação.
“Apesar do fim do estado de emergência, a pandemia ainda não acabou. Tomem as doses de reforço e não deixem de ter o esquema vacinal sempre completo. E o governo federal irá incentivar a saúde, ciência e pesquisa no nosso país. Irá atuar para preservar vidas”, finalizou.
Os números no Estado do Rio
Desde março de 2020, foram confirmados 2.798.613 casos no estado, com 77.120 mortes. Houve 195.483 internações. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde.
Vacinação continua
Atualmente, o Ministério da Saúde está distribuindo doses da vacina bivalente, para quem já tomou as duas doses da vacina, mais as duas doses de reforço. A procura ainda está baixa nos postos de saúde no país. Mais de 11,7 milhões de brasileiros tomaram a vacina bivalente até o momento, segundo o órgão. Desse total, 8,8 milhões foram aplicadas na população idosa a partir de 60 anos, grupo vulnerável com maior contingente no país. Por isso, o governo ampliou a vacina para toda a população com idade acima de 18 anos.