A Polícia Federal iniciou investigação contra a atuação de 65 falsos profissionais de medicina, no estado do Rio e no país, denunciando-os. Entre os denunciados, o ex-vereador e ex-subsecretário de Saúde de São Gonçalo, na gestão do prefeito Capitão Nelson, Cláudio Rocha, que sempre se intitulou como “Acadêmico de Medicina”. O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) divulgou nota de apoio à operação da PF.
Rocha é investigado pela compra de um falso diploma de médico. A compra teria sido feita de uma quadrilha acusada de falsificar documentos do Cremerj, necessários para o exercício legal da profissão. Cláudio, na verdade, é enfermeiro, mas, sempre se intitulou “doutor” e andava com um estetoscópio preso ao pescoço.
Procurada, a prefeitura informou que Rocha foi exonerado do cargo de subsecretário em fevereiro de 2021.
Também procurado, o ex-vereador não foi localizado.
O Cremerj divulgou a seguinte nota sobre o esquema de diplomas falsos
“Assim como veiculado na semana passada, o CREMERJ vem a público novamente reafirmar seu expresso apoio às operações da Polícia Federal (PF) contra a atuação de falsos profissionais no exercício da medicina no estado do Rio de Janeiro e em todo o país.
A operação, nomeada posteriormente pela PF como Catarse, teve início após o CREMERJ perceber indícios de documentação falsa no início de 2022 e fazer uma denúncia às autoridades policiais. O Conselho, a partir de então, iniciou um trabalho de colaboração com a Polícia Federal, fornecendo documentações e todas as informações necessárias. Os criminosos tinham fraudado documentações da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Por conta disso, em abril de 2022, quando duas pessoas foram presas no Conselho em flagrante pela Polícia Federal, a PF já tinha conhecimento da possível atuação de criminosos para a inscrição de CRMs com documentação falsa no estado do Rio de Janeiro. Foi também o CREMERJ que informou à PF sobre a presença das duas pessoas na autarquia, que tentavam realizar sua inscrição com documentos suspeitos de falsificação.
Em janeiro de 2022, assim que foram percebidos os indícios de fraude, o CREMERJ, além de levar a situação ao conhecimento da PF, cancelou imediatamente todos os CRMs emitidos. O caso seguiu em sigilo de investigação por parte da Polícia Federal, que, pouco tempo depois, deflagrou a operação Catarse.
Internamente, o CREMERJ instaurou alguns procedimentos para ampliar a segurança na emissão dos CRMs. Foram eles: a atualização de toda a lista de contatos com as faculdades de medicina e a conferência com o Conselho Regional de Medicina de cada estado, quando se trata de recém-formados em cursos de medicina provenientes de outros estados.
A medicina é uma profissão de muita responsabilidade e não pode ser exercida por falsos profissionais, pois isso expõe diretamente a população. Portanto, todas as ações que visem garantir a segurança dos pacientes são fundamentais e prioritárias. O Conselho continua colaborando ativamente com as autoridades policiais no intuito de coibir essas práticas criminosas e é diligente na luta contra a atuação de falsos profissionais, tendo, inclusive, o Portal da Defesa Médica para o recebimento de denúncias também desse tipo.”
