Assim como a energia elétrica “foge” com facilidade em eventos climáticos adversos, o presidente da Enel Brasil Nicola Cotugno não compareceu a uma audiência na Câmara dos Deputados. O executivo havia sido convidado pelas comissões de Minas e Energia e de Defesa do Consumidor para prestar esclarecimentos sobre a demora no reestabelecimento do serviço.
Cotugno não iria falar da situação caótica na Região Metropolitana do Rio nos últimos dias, mas sim do apagão do início de novembro em 23 municípios paulistas atendidos pela Enel. 4,2 milhões de unidades consumidoras ficaram no escuro.
Presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Rodrigo de Castro (União-MG), fez duras críticas à ausência do presidente da Enel. “É algo intolerável e que demonstra a prepotência da Enel, demonstra a sua falta de capacidade de diálogo”, disse.
Há, ainda, a iniciativa do deputado federal Max Lemos (PDT-RJ) de criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar a atuação da Enel. Vale lembrar que são necessárias pelo menos 171 assinaturas.
Max Lemos lembrou o blecaute também em solo fluminense. “Nos últimos 15 dias, 34 cidades ficaram sem energia, cidades grandes como Niterói”, comentou.
Outro parlamentar fluminense com atuação na Região Metropolitana, Altineu Côrtes (PL-RJ) pediu união dos partidos para criar a comissão. “Não está em jogo aqui bandeira partidária”, afirmou.