O sol quente não espantou os eleitores que foram nesta terça-feira, 07, ao prédio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), no Centro de Niterói, tirar o título ou regularizar o documento nos dez cartórios da cidade. Por volta do meio dia, a fila ia da Rua Coronel Gomes Machado, ao lado da sede da prefeitura e dava a volta até a Avenida Ernani do Amaral Peixoto, em frente à Câmara Municipal.
Para variar, como em todo ano em que há eleições, os eleitores deixaram para a última hora para título ou regularizar a situação junto à justiça eleitoral. O prazo termina na quarta-feira, 08. Quem não tirar o documento, terá ele cancelado e não poderá votar, entre outras restrições, como impedimento de fazer concurso público e tirar o passaporte.
As pessoas começaram a chegar ao local às 7 horas da manhã, embora o atendimento comece apenas às 11 horas. Devido à grande procura, o TRE-RJ prorrogou o prazo que era até 4 de maio para o dia 8 e estendeu o horário de 17h para até às 19h.
O estudante João Vítor Júnior, de 17 anos, chegou às 7 horas da manhã, junto com o pai, para tirar a 1ª via do documento. Às 12h30 desta terça-feira, 07, ele ainda estava na fila, do lado de fora do prédio. “Não deu para vir antes por causa da escola. Eu preciso tirar o título, pois vou fazer 18 anos em 24 de agosto e serei obrigado a votar”, contou.
O também estudante Samuel Figueiredo, de 17 anos, veio acompanhado da mãe, a auxiliar administrativa Eliana Silva, às 7 horas. “Deixei por última hora porque sempre ia deixando para depois. Eu preciso tirar o título, pois completo 18 anos no dia 30 de agosto”, explicou.
Já o eletrotécnico Sidney Santos, de 64 anos, morador de São Gonçalo, estava sem votar há três eleições e resolveu regularizar a situação para poder se aposentar. “Eu moro no bairro do Mutuá e vou votar em São Gonçalo. Fui lá ontem (segunda-feira, 06), mas, tinha umas duas mil pessoas na fila. E resolvi vir para Niterói, porque me disseram que eu poderia resolver aqui. Eu trabalhava em Macaé e o meu título era de lá. Eu preciso regularizar o documento, por ser uma exigência da Previdência Social, para eu me aposentar”, contou Sidney, que chegou à fila às 11 horas.
Na fila, alguns eleitores haviam trazido cadeiras de praia e bancos para poder esperar ser atendido com algum conforto. Algumas mulheres estavam com sombrinhas para poder se proteger do sol forte. Outros liam um livro para passar o tempo.
Enquanto isso, teve ambulante que aproveitou o movimento para faturar. O vendedor de picolé Gabriel Vaz esvaziou todo o carrinho na manhã desta terça-feira, 07.
“Vendi todo e à tarde vou pegar mais picolé na fábrica para vender. Ela é aqui no Centro mesmo. Vou faturar mais. Costumo vender por aqui durante a semana e na praia nos fins de semana e feriados”, contou o ambulante, que é morador do Morro da Penha, na Ponta da Areia. Ele trabalha no ramo há um ano, após ter ficado desempregado. “Sou casado e pai de dois filhos. Precisei me virar”, disse.