Moskow é um artista visual e diretor de fotografia que, ao longo de 25 anos de carreira, tem se dedicado a explorar as nuances e complexidades do ser humano através da fotografia. Nascido e baseado no Rio de Janeiro, Moskow teve o fotojornalismo como escola, o que lhe proporcionou oportunidades de colaborar com veículos de renome como The New York Times, The Guardian, e Leros Magazine, entre outros. No Brasil, suas imagens estamparam publicações como Veja, Rolling Stone, e O Globo.
Sua fotografia é marcada por um compromisso inabalável com o rigor técnico e ético, refletindo um profundo estudo da antropologia, diversidade e manifestações socioculturais
Errejota – Como surgiu o interesse pelo carnaval?
“Durante 16 anos, fotografei os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial no Sambódromo do Rio de Janeiro. Foram 14 anos ementre empresas e assessorias. Nesse último ano, recebi também a pauta de cobrir alguns blocos de rua da cidade. Até então, confesso, eu era um daqueles que tinham preconceito com o carnaval de rua — do tipo, nunca fui, mas não gosto, sabe?”
“Muito a contragosto, fui para as ruas cobrir o Céu na Terra, o Bloco da Pracinha (infantil) e a Orquestra Voadora. E aí veio a voadora no peito. Uma paixão avassaladora tomou conta de mim enquanto vivenciava aquelas duas forças emocionais e energéticas: o Céu na Terra e a Orquestra Voadora. Isso foi em 2020, justamente no ano da pandemia da Covid-19.”
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O carnaval de rua do Rio tem me levado além da música e da festa. Ele se tornou uma celebração intensa e transformadora, um espaço de conexão com pessoas especiais, novas oportunidades profissionais e uma visibilidade impressionante do meu trabalho. Sou grato ao universo do Momo, de Baco e de todas as grandes forças que comandam essa dimensão vibrante chamada carnaval.
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Errejota – Como você vê a cobertura de carnaval de rua, como é hoje esse trabalho?
O acolhimento que o carnaval de rua do Rio de Janeiro proporciona é incrível. Desde os primeiros momentos em que me lancei nesse mar reluzente e cadenciado, senti que sempre havia alguém — ou muitos — me fazendo sentir bem-vindo, confortável e seguro, tanto dentro quanto fora das cordas dos cortejos.
Na minha primeira experiência com o Céu na Terra, não estava credenciado, mas fui mesmo assim, precisava cumprir a pauta das editoras. No primeiro instante de diálogo para negociar minha entrada com os ritmistas, um querido — que eu jamais havia visto antes — fez a ponte entre mim e a organização do bloco, garantindo minha permanência dentro do cortejo para que eu pudesse capturar as imagens necessárias. Esse mesmo cara, o mais que amado Ângelo Nery, me adicionou a um grupo de WhatsApp chamado Fotógrafos de Carnaval, onde uma galera talentosíssima troca ideias sobre os mais diversos assuntos da folia.
Também preciso destacar a condução generosa da multiartista Raquel Poti. Foi — e continua sendo — por meio dela que portas importantes se abriram, trazendo novas conexões, aprendizados e realizações pessoais e profissionais que me preenchem de gratidão.
Através dos trabalhos que realizei com Poti, no meu querido e amado Bloco da Terreirada, tive a oportunidade de deixar minha assinatura visual à vista de muita gente que acompanha o bloco nas redes sociais. A água do rio nunca é a mesma, mas se tivermos o cuidado e o zelo que gostaríamos que tivessem conosco, o rio sempre será um lugar de renovação, nos banhando com a energia e as bênçãos da natureza.
E a arte? A Arte salva. To-dos os di-as!
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