A advogada Luciene Mourão, presidente do movimento “Pela Ordem Primeiro Elas” (POPE) recebeu, na noite desta sexta (01), o Prêmio Marielle Franco, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A homenagem é concedido para personalidades que tenham desenvolvido ou estejam implementando ações de promoção, valorização ou defesa dos direitos humanos no estado, com destaque para os direitos da população negra, das mulheres e da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis).
“Luciene é uma pessoa carinhosa, com o coração gigantesco que a gente, quando conhece, se apaixona. Ela faz um trabalho com a estrutura que tem, trazendo as mulheres para a luta contra o preconceito, contra o racismo, contra o sexismo, machismo, trazendo a gente para mergulhar com ela nessa luta aqui em Maricá”, destacou a proponente da homenagem, dep. est. Enfermeira Rejane (PCdoB).
A emoção estava à flor da pele de Luciene, que em diversos momentos da solenidade viu as lágrimas virem à tona. “É muito difícil, enquanto mulher preta, conseguir nos integrar na sociedade. São muitas dificuldades, muitas portas fechadas por conta do sexismo, machismo, por essa sociedade patriarcal”, disse a advogada.
“Muitas vezes, precisamos chegar com o ‘pé na porta’ para entrar, senão não conseguimos chegar à espaços de poder. Até mesmo espaços comuns, às vezes, são retirados de nós”, completou a presidente do movimento POPE.
O vice-presidente da Câmara de Maricá, vereador Frank Costa (Avante), esteve presente na solenidade que homenageou a advogada. “Mulher guerreira, que luta, que tem seus princípios, que levanta a bandeira e vai até o final. Luciene não é só aquela companheira da pós-graduação, mas uma amiga que tenho no meu coração”, disse.
Quem foi Marielle Franco? – Eleita vereadora da cidade do Rio com mais de 46 mil votos em 2016, socióloga e mestre em Administração Pública, Marielle Franco tinha 38 anos, era oriunda da favela da Maré, na Zona Norte, lésbica, mãe e ativista em prol das causas das mulheres e das populações negra, periférica e LBGT. Antes do cargo político, atuou na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Alerj.
Em março de 2016, no bairro do Estácio, na região central da capital, o carro em que a vereadora estava foi atingido por nove tiros. Marielle e seu motorista, Anderson Pedro Gomes, morreram vítimas desses disparos.