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Após um ano de guerra, Ucrânia quer negociar a paz com a América Latina e China

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No aniversário de um ano da invasão do país pela Rússia, nesta sexta-feira, 24, o governo da Ucrânia busca a paz. Não nos termos do governo do presidente russo Vladimir Putin, mas, nos do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que quer negociar um acordo em conjunto com a China e os países do Hemisfério Sul, principalmente a América Latina. O governo brasileiro apresentou à Rússia e à China proposta para acabar com a guerra. Até o momento, houve milhares de mortes no conflito, principalmente do lado ucraniano. A população civil foi duramente atingida.

O governo russo elogiou a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o fim da guerra. Na última quinta-feira, 23, o vice-ministro do Exterior da Rússia, Mikhail Galuzin, disse que o seu país avalia a proposta brasileira, ainda que levando em conta as condições nas frentes de batalha. Já Zelensky afirmou nesta sexta-feira que quer negociar a paz com a China e o chamado Sul Global, formado, entre os quais, por países da África e América Latina. Mas, nos seus termos. Ele quer que a Rússia desocupe os territórios ucranianos ocupados há um ano.

Também nesta sexta-feira, o governo chinês publicou um documento que pede um cessar fogo na região. Contém 12 pontos com esforços do país para se apresentar como um mediador neutro. Na última quinta-feira, contudo, não votou a favor da resolução da ONU que condena a invasão da Ucrânia pela Rússia e exige a retirada das tropas russas. O documento foi bem-visto por interlocutores do ministério das Relações Exteriores do Brasil, que tem a certeza de que é preciso ter o apoio da China para que a carga pela paz aconteça efetivamente. O governo brasileiro busca o apoio chinês para a sua proposta de cessar fogo.

Enquanto um grupo trabalha pela paz, há outros países ajudando a Ucrânia a resistir. O governo dos EUA vai fornecer mais armamentos ao país do Leste Europeu. A Alemanha e Reino Unido,  membros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), decidiram enviar mais equipamentos militares para Kiev (capital ucraniana). Com isso, o exército da Ucrânia espera empurrar a frente de combate para o leste do país, expulsando as tropas russas.  Nesse primeiro ano, Zelensky discursou no parlamento da União Europeia em videoconferência, viajou aos Estados Unidos e a França em busca de apoio, sendo muito bem recebido.  

 Não há uma previsão de quando a guerra vai acabar, segundo os especialistas. Com o território invadido e várias cidades bombardeadas, inclusive Kiev, cerca de 8 milhões de cidadãos ucranianos deixaram o país. Destes, somente 13% disseram que pretendem voltar para a Ucrânia nos próximos 3 meses, segundo uma pesquisa da ONU. Sendo que 33% pretendem fixar moradia nos países que os receberam. Além disso, 6,8 milhões deixaram suas casas, mas, para outras cidades do país, menos atingidas, conforme levantamento da ONU.

Acuado, Putin resolveu deixar essa semana o acordo de redução do armamento nuclear com os EUA, em uma sutil ameaça de guerra mundial nuclear, caso os países do Ocidente o ataquem ou continuem a ajudar militarmente a Ucrânia.

Em dezembro de 2021, Putin ainda negava que invadiria ou atacaria a Ucrânia. Quando a invadiu, há um ano, alegou combater o neonazismo no governo ucraniano, o que foi desmentido por Zelenzky, que é judeu e filho de judeus. Contudo, o batalhão de Azov, que ajuda na resistência ucraniana, é formado por voluntários e de ideologia de extrema-direita, de inspiração neonazista.

A invasão começou com bombardeios constantes e surpreendeu o mundo, com rápido avanço das tropas russas, além de ataques à infraestrutura energética e alvos militares. Em poucos dias, parte considerável do território ucraniano foi dominado, dando a impressão de que seria um conflito rápido. Prédios civis, inclusive residenciais, hospitais e escolas são também alvos de bombardeios por todo o país. Kiev não é tomada, apesar de centenas de tropas ao redor da capital. Na cidade vizinha Bucha, os  militares russos mataram centenas de civis.

A partir de 8 de junho de 2022 e até 28 de agosto passado, o exército russo se retirou dos arredores de Kiev e as batalhas se concentraram na região de Donbass. A Ucrânia resiste demonstra forte resistência e expulsa várias tropas russas. Entre o final de agosto e início de novembro, o exército ucraniano reconquista grande parte do país que tinha sido invadido. A Rússia promove referendos ilegais para anexar as regiões de Lubansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson. A partir deste período, bombardeia as usinas que fornecem energia ao país, deixando metade da Ucrânia às escuras e sem aquecimento e água, em pleno inverno.

Recebendo equipamento bélico dos EUA e da Alemanha, espera-se que a Ucrânia parta para o contra-ataque, expulsando as tropas russas de seu território. Isso depende da chegada dos tanques e do treinamentodas tropas ucranianas.

Outra forma de ajuda do Ocidente foi em forma de sanções econômicas à Rússia, como bloqueio das importações do gás natural e das contas bancárias russas no exterior.  Além de informação e apoio humanitário aos ucranianos.

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