A convocação nesta sexta-feira (27/03) pelas redes sociais de um grupo de empresários da cidade e de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro para a realização de uma manifestação pedindo a abertura dos comércios da cidade, levou a Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Maricá (ACM) a divulgar uma nota recomendando que os estabelecimentos permaneçam fechados.
“Seguindo o bom senso, divulgamos e apoiamos o reforço à entrega por Delivery e Take Away, a divulgação de todos os que oferecem este serviço, a liberação de funcionamento paulatino para outros setores comerciais e de serviços que não estavam descritos nos primeiros decretos, etc”, descreveu a nota.
O informa da ACM continua: “Então, ao nosso ver, a paralisação do comércio que em nossa cidade vem sendo coordenada e está agendada para até o dia 5 (cinco) de abril é importante”, diz o texto, assinado pela Diretoria Executiva da instituição.
A manifestação, que será uma carreata, pede a suspensão das medidas de isolamento social tomadas pelo prefeito Fabiano Horta. Vale lembrar que apenas comércios essenciais (como supermercados, farmácias, dentre outros) estão autorizados a funcionar.
No informe, a ACM citou a condição econômica da cidade e ações que vem sendo tomadas para a minimização dos impactos econômicos.
“Somos uma cidade com o potencial financeiro que outras não possuem e que podemos lançar mão, baseados em alinhamentos e reuniões, de projetos como o da moeda social, do crédito empresarial e outros para a criação de um pacote de fomento para a emergência do fechamento em tempo de crise. E o Poder Público tem concordado com isso”, ressaltou.
Por fim, a Associação Comercial, Empresarial e Industrial de Maricá põe, para esses empresários, uma série de perguntas.
“Somos nós quem vamos garantir que nossa população já pode voltar às ruas? Queremos então que o comércio reabra com urgência urgentíssima, sem a necessidade do pacote? Ou seja: abrir o comércio resolveria tudo? Em que outras cidades a negociação de apoio está acontecendo neste patamar?”
E finaliza: “Enfim, vamos em frente com união e cuidado, senão podemos parar vitimados por nossa própria insensatez que, certamente irá causar um mal muito maior”, conclui o texto onde a ACM afirma que participa das reuniões com o Poder Executivo para discutir ações que fortaleçam os comércios da cidade.
Confira a nota na íntegra:
“ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MARICÁ – Informe da Diretoria Executiva em 27/03/2020 Estamos enfrentando um momento de grande apreensão e dificuldades.
São duas as nossas preocupações. A primeira, a preservação de nossas vidas, de nossos familiares, de nossos colaboradores, fornecedores, enfim, da população de nosso país. A segunda, a preservação de nossas empresas, principal fonte geradora de emprego e renda.
Por isso, temos acompanhado atentamente o noticiário, participado de reuniões remotas, ouvido sugestões de empresários locais e encaminhado propostas para a Prefeitura de Maricá, a nível Municipal, assim como a nível estadual e federal, somos representados em nossas demandas pela Federação e Confederação.
Assim, buscamos encaminhar e defender sugestões que atendam às necessidades do MEI, das microempresas, das empresas de pequeno porte e outros setores e coletivos empresariais, no sentido de poderem suportar este momento de paralisação de suas atividades, evitando assim que o caos se instale em nosso país.
Nesse sentido, focando em Maricá, estamos participando ativamente na construção das ações que se transformam em leis, desde o apoio em injeção financeira até o crédito para empresários e autônomos, entre outras. Tudo isto se reverte em dinheiro circulando no comércio. Seguindo o bom senso, divulgamos e apoiamos o reforço à entrega por Delivery e Take Away, a divulgação de todos os que oferecem este serviço, a liberação de funcionamento paulatino para outros setores comerciais e de serviços que não estavam descritos nos primeiros decretos, etc.
Então, ao nosso ver, a paralisação do comércio que em nossa cidade vem sendo coordenada e está agendada para até o dia 5 (cinco) de abril é importante. Entendemos que o momento é de preservar vidas e ajudar na contenção da proliferação do CORONAVIRUS. No que pese os prejuízos econômicos, o fechamento precisa acontecer para que a situação possa chegar a um ponto mínimo de controle.
Não podemos olhar apenas para os nossos umbigos, sem nos dar conta de que também podemos ser contaminados e a situação se agravar ainda mais. Acompanhando os noticiários, veremos a situação dos Estados Unidos onde Trump não deu a importância necessária no início da pandemia e agora está recomendando que fiquem em casa.
A maior autoridade no momento é a OMS para o mundo e o Ministério da Saúde para o nosso país.
Ninguém sabe ao certo o que fazer. Paramos por um tempo, fazemos representações e demandas junto ao poder público para que com urgência sejam implantadas as medidas que estão sendo propaladas e poderão dar um gás a nossos colaboradores e nossos compromissos, negociamos formas de que alguns outros setores sejam liberados aos poucos, sem modificar o ato de proibição de aglomerações e depois retornamos com saúde para recuperarmos os prejuízos.
As escolhas devem ser pensadas e as ações devem ser feitas com calma.
Como Associação Comercial temos contato com outras Associações do Estado e, vemos que, somos uma cidade com o potencial financeiro que outras não possuem e que podemos lançar mão, baseados em alinhamentos e reuniões, de projetos como o da moeda social, do crédito empresarial e outros para a criação de um pacote de fomento para a emergência do fechamento em tempo de crise.
E o Poder Público tem concordado com isso.
No entanto, tudo precisa ter o rito processual cumprido.
O pacote existe para auxiliar o tempo de paralisação.
Precisamos que isso tudo aconteça com urgência, precisamos que esta estratégia continue e se concretize.
Então, ao invés de uma paralisação temporária em prazo que pode ser conquistado seguindo parâmetros técnicos e de saúde pública vamos optar pela abertura do comércio urgentemente, deixando de lado o pacote?
Somos nós quem vamos garantir que nossa população já pode voltar às ruas?
Queremos então que o comércio reabra com urgência urgentíssima, sem a necessidade do pacote?
Ou seja: – Abrir o comércio resolveria tudo?
Em que outras cidades a negociação de apoio está acontecendo neste patamar?
Enfim, vamos em frente com união e cuidado senão, podemos parar vitimados por nossa própria insensatez que, certamente irá causar um mal muito maior.”