Mesmo com os horários das partidas alternando entre 13h e 22h durante a semana, a torcida tricolor mostrou sua força e não deixou de apoiar o Fluminense na Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025. A galera marcou presença, acompanhou cada partida e fez a sua parte nas arquibancadas, nas ruas e nos bares. Em São Gonçalo, o Bar do Tricolor, na Trindade, já é conhecido pela energia contagiante da freguesia “louca da cabeça”.
“Bar d’O Tricolor”: a história de um boteco que virou patrimônio afetivo na Trindade
Enraizado no coração da Trindade, em São Gonça, o “Bar do Tricolor” (antigo Bar d’O Tricolor), carrega mais do que tradição: guarda a memória de uma família, de uma comunidade e de uma paixão passada de pai para filho. O nome é uma homenagem ao fundador, Seu Joacir, um tricolor fervoroso, cujo amor pelo Fluminense e pela culinária marcou gerações de frequentadores.

O estabelecimento, um autêntico “pé-sujo” que remete aos anos 90 e 2000, teve três endereços diferentes ao longo do tempo, mas nunca saiu da mesma comunidade. Com paredes que testemunharam histórias de futebol, samba e amizade, o bar foi palco de momentos inesquecíveis — como a Copa do Mundo de 2002. “Eu tinha nove anos, mas nunca vou esquecer de sair de bicicleta com meu primo, tocando o hino do Brasil na buzina elétrica. O Brasil campeão e o bar em festa”, lembra o filho do fundador, Jhonathan Xavier, que agora toca o bar e os eventos relacionados a agenda da equipe das Larajeiras.
Embora sempre tivesse uma forte ligação com o Fluminense, o bar era democrático: recebia torcedores de todos os clubes, mas ganhou ares tricolores com o tempo, especialmente a partir de 2023, com a histórica campanha do clube na Libertadores. A cada título, o boteco se enchia de bandeiras, camisas e abraços.
Além do futebol, o local ficou famoso pelos quitutes preparados pelo patriarca. A feijoada e os torresmos conquistaram paladares, assim como a música ao vivo, com roda de amigos e até nomes de peso como Gilberto Gil e Djavan, que passaram por lá informalmente em encontros que misturavam samba, cerveja gelada e memória afetiva.

Após a morte do fundador, em 2020, o bar seguiu como símbolo de resistência e afeto. “Na infância, achei que todos eram amigos do meu pai. Depois, percebi que era mais que amizade — era respeito, era laço”, conta o filho emocionado. Hoje, ele entende que o bar não é apenas um negócio: é um legado. Um lugar onde histórias se cruzam, laços se formam e o amor pelo futebol e pela comunidade se renova a cada rodada.

Copa do Mundo de Clubes
Nessa Copa da Fifa de Clubes o Bar vai ganhar uma TV 70 polegadas no jogo contra o time das Arábias, o Al-Hilal para animar ainda mais a torcida do Fluzudo. O jogo começa às 16h.
