Na manhã dessa terça-feira (14/02), o Corpo de Bombeiros tenta localizar uma família debaixo dos escombros no bairro do Engenho Pequeno, em São Gonçalo. Um deslizamento de terra na Rua Adelino Ferreira Brasil fez diversas vítimas após o temporal que assolou o município na noite de segunda-feira (13/02).
Ao todo 41 militares do Corpo de Bombeiros realizam buscas com cães farejadores e com drones, para localizar as vítimas. Segundo relatos, parentes ligaram para os celulares das vítimas e como ninguém atendeu, eles desconfiaram. Acionaram os moradores que perceberam o deslizamento por cima da casa, que ficou destruída.
Vizinho dessa família que está soterrada, Daniel Pires de 34 anos, disse que estava embarcado e estava voltando do trabalho quando a tragédia assolou o bairro. Sua residência está interditada pela Defesa Civil e não tinha ninguém em casa no momento do deslizamento de terra. “Triste. Triste ver uma situação dessa próximo da gente. A gente nunca pensa que vai acontecer com a gente. Nesse morro não tem desmatamento e nada de agredir a natureza. Foi uma fatalidade. Não tínhamos preocupação por ausência de risco. Eu nasci nessa comunidade. Fiquei sabendo de um possível raio que caiu na comunidade e pode ter abalado o solo”, desabafou.
Daniel disse que conhece o casal que está desaparecido. “Meu amigo de infância. Ele é nascido e criado comigo. Estou torcendo para que encontre com vida. Estava feliz pois ele atendeu um amigo nosso e falou normal, por volta das 20h. A gente não sabe se ele estava em casa”, lamentou.
A manicure Thais Pereira, de 30 anos, afirma que perdeu tudo da sua casa, que fica na mesma rua. Ela explicou que estava trabalhando na varanda da sua casa e um raio caiu muito próximo e ela se assustou. “Minha casa começou a encher muito rápido na parte debaixo. A minha filha colocou o casaco e desceu para abrir o portão para a água sair um pouco do quintal. Começou a cair um pouco de terra na minha cabeça e eu fiquei muito nervosa”, contou muito nervosa.
A moradora de São Gonçalo explicou que os vizinhos ajudaram ela para descer a escada e ela conseguiu desligar o quadro de energia para evitar choques. “Minha filha ficou presa perto da janela, está com escoriações, mas minha filha está com vida. A cliente que estava comigo em casa está internada mas está bem”, completou.
Thais disse que essa foi a primeira vez que aconteceu isso com ela. “A água ficou embaixo do peito e foi uma fatalidade o que aconteceu”, finalizou.
