Colégios federais do Rio de Janeiro e vinculados a universidades públicas não devem voltar a ter aulas presenciais este ano, por causa da pandemia de covid-19. As atividades didáticas obrigatórias estão suspensas em grande parte deles desde março, quando começaram as medidas de isolamento social no estado.
Esta semana, os reitores de dez instituições de ensino público divulgaram um manifesto em que consideram improvável o retorno aos campi em 2020, sendo certo que ainda não é possível afirmar quando isto se dará e que todas as decisões sobre o tema serão lastreadas eminentemente em critérios científicos.
“Diante desse quadro, ressalvando-se ações pontuais, desenvolvidas de acordo com as especificidades de cada instituição e em que sejam resguardadas a segurança dos seus participantes, a continuidade das atividades curriculares de ensino deverá ser exercida, em caráter emergencial, por meio de mecanismos de mediação tecnológica”.
O manifesto ressalta a necessidade de que o processo seja inclusivo, com a “indispensável transferências de recursos” para avançar institucionalmente “sem deixar ninguém para trás”, mantendo o “compromisso com a educação pública, gratuita, de excelência e referenciada socialmente”.
Assinam o texto os reitores da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto Federal Fluminense (IFF), da Fundação Centro Universitário da Zona Oeste do Rio de Janeiro (Uezo), do Colégio Pedro II, do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). O documento também recebeu apoio da direção do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ).
O documento teve como base uma nota da Comissão das Universidades Públicas e Institutos Federais do Estado do Rio de Janeiro. A nota destaca que a flexibilização do isolamento social está ocorrendo em diversos municípios, apesar de a curva de contágio pelo novo coronavírus continuar alta.
O texto orienta que o retorno das atividades deve ser feito em três etapas: remoto, semipresencial e presencial, sempre levando em consideração a situação da pandemia no estado e a situação de cada instituição de ensino. Alerta também para a necessidade de oferecer suporte e inclusão digital dos alunos de maior vulnerabilidade socioeconômica.