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Covid-19: Fiocruz estuda antiviral

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Na última quarta-feira (18/01), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que, em parceria com a empresa Microbiológica e o Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP), está trabalhando para desenvolver um antiviral de uso oral contra a covid-19. 

De acordo com pesquisas da fundação, a substância, batizada de MB-905, afeta partes do vírus que são essenciais para a sua replicação e, assim, consegue frear o processo inflamatório desencadeado pelo novo coronavírus.

O MB-905 se tornou interessante para os estudos pois o covid-19 é uma doença que se desenvolve a partir de uma inflamação no organismo do paciente. A pesquisa foi publicada na revista científica Nature Communication, e o dossiê pré-clínico foi encaminhado para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que, com da aprovação do órgão, seja iniciada a primeira fase de ensaios clínicos.

De acordo com o pesquisador Thiago Moreno, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde e um dos principais autores do estudo, “a ideia é que a gente possa então cumprir todas as etapas necessárias para o desenvolvimento desse medicamento no Brasil, desde a fase de planejamento, síntese, caracterização química, caracterização de mecanismo de ação e os estudos pré-clínicos de segurança, tolerabilidade e eficácia. Nosso objetivo é que essa substância possa se tornar um antiviral inovador, desenvolvido no Brasil desde a sua concepção, visando a que a gente tenha mais independência nesse tipo de tecnologia que teria alto custo de importação para o SUS”.

Além disso, Thiago Moreno explicou que “ajustamos o nosso processo de identificação de substâncias a partir de algumas premissas: a substância precisava ser antiviral; precisava ser antiviral numa célula-alvo, como as células do trato respiratório; precisava funcionar como antiviral também em células do sistema imune, que o vírus consegue invadir e destruir, como os monócitos; e precisaria reduzir os níveis de marcadores inflamatórios associados com a infecção viral”.

Apesar das previsões positivas, os pesquisadores afirmaram que a covid-19 não será curada com um único medicamento. Segundo eles, vai ser necessário administrar um coquetel de medicamentos para tratar os casos mais graves da doença e aqueles de maior risco, como os de pacientes com comorbidades.

*estagiária sob supervisão de Raquel Morais

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