Vereadores integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel na Câmara Municipal de Niterói, lideranças comunitárias e vários moradores fizeram na tarde desta quinta-feira, 23, ato público em frente à loja da concessionária, no começo da Avenida Ernani do Amaral Peixoto, no Centro. Criticaram a demora no atendimento nos dias que sucederam ao temporal do último dia 18 e anunciaram ação coletiva para que a empresa ressarça os prejuízos do moradores.
O evento foi organizado pelo presidente da CPI, vereador Leonardo Giordano (PC do B) e contou com a presença do vice-presidente, Fabiano Gonçalves (Cidadania), o relator, Paulo Eduardo Gomes (PSOL), além do Professor Túlio (PSOL), Anderson Pipico (PT), Marcos Sabino (PDT), Emanuel Rocha (Solidariedade), a subsecretária de Governo, Walkiria Nicteroy, o advogado Luciano Tolla, representando a OAB-Niterói e outros.
“A Enel tirou a sua sede de Niterói e se mudou para São Paulo. Virou as costas para a nossa cidade. Teve regiões que ficaram até quatro dias sem energia elétrica. Um direito básico da população. Teve gente que perdeu tudo que estava na geladeira. Nas comunidades pobres foi pior. A Enel não vai porque diz que é área de risco. Vamos fazer uma ação coletiva na Justiça para que a empresa ressarça os consumidores pelos prejuízos”, disse Giordano.
Professor Túlio disse que a empresa atende preferencialmente as regiões mais ricas.
“Sempre que falta luz na cidade, os moradores de Icaraí são atendidos primeiro. Os que moram em áreas periféricas, como em comunidades ou mesmo a Zona Norte, eles deixam para bem depois. Pessoas com deficiência ficaram presas três, quatro dias em casa, porque o elevador não funcionou. Eles tinham 15 equipes nas ruas para atender a população e hoje tem apenas seis. Demitiram muitos funcionários. O resultado disso a gente viu”, afirmou.
“A gente ficou com alguns pedaços do Morro do Palácio completamente sem luz. Neste período, muitas pessoas perderam tudo que tinham na geladeira. A gente teve pessoas que são diabéticas e tomam três doses de insulina por dia, recebem do SUS e esse medicamento foi perdido, crianças que passaram mal, enfim, recebemos série de relatos de perdas. Os danos a gente ainda não conseguiu calcular. As chuvas causaram ainda mais estragos a muitas casas. Temos série de árvore ancoradas em postes. Se a Enel não retirar os fios, a prefeitura não pode fazer sequer a poda das árvores. A gente tem postes com mais de 20 pedidos para serem trocados”, contou Walkiria Nicteroy, que é diretora do Macquinho, no Morro do Palácio.
A comunidade do Morro Boa Vista, na Zona Norte, também ficou vários dias sem luz, segundo o presidente da associação de moradores, Rogério da Silva, o Rogerinho.
“Muita gente lá perdeu tudo que estava na geladeira. Os comerciantes também tiveram grande prejuízo. Estamos juntando assinaturas para uma ação coletiva para o ressarcimento dos prejuízos”, disse o líder comuniitário.
Vinícius da Silva, líder comunitário do Caramujo e ex-presidente da associação de moradores contou que antes da chuva já vinha faltando luz na comunidade.
“Teve rua faltando luz há quinze dias. A Enel não vai lá e alega que é área de risco. Na última terça-feira, 21, à noite, precisou o tráfico cercar um caminhão da Enel que passava pela rua, para eles fazerem os reparos e a luz voltar”, relatou.