O estado do Rio de Janeiro registrou crescimento da febre chikungunya desde janeiro. Até 14 de maio deste ano, foram registrados 26.055 casos da doença no estado, contra 20.234 no mesmo período de 2018, crescimento de 28,7%.
O subsecretário de vigilância em saúde do estado, Alexandre Chieppe, destaca a situação no norte e noroeste fluminenses, assim como em pontos da capital.
“A gente tem observado um aumento importante de casos de chikungunya tanto na região norte, envolvendo principalmente Campos de Goytacazes, quanto na região noroeste, em que Miracema é o mais afetado “, descreve o subsecretário, que aponta a falta de imunidade contra o vírus como um fator que favorece avanço neste momento.
Ainda não há vacina disponível contra o chikungunya, mas qualquer pessoa que contraiu a doença anteriormente é considerada imune a nova infecção pelo vírus. Como a doença é nova no estado do Rio, grande contingente da população não possui imunidade.
“O chikungunya vem circulando há alguns anos com pouca intensidade, mas desde o ano passado isso começou a aumentar”.
O subsecretário avalia que a tendência é uma diminuição da intensidade de transmissão, comum a partir da metade do mês de maio. Para reverter o quadro, a Secretaria Estadual de Saúde reforço as campanhas contra a proliferação do mosquito transmissor Aedes aegypti em escolas e nos meios de comunicação.
Casos de Mayaro não confirmados em Niterói
Uma pesquisa laboratorial realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontou que o Estado do Rio pode sofrer uma epidemia de Mayaro. Inicialmente três casos estariam em análise, todos em Niterói, mas sem confirmação.
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Niterói informou que não foi comunicada oficialmente pelo Ministério da Saúde (MS) e Secretaria de Estado de Saúde (SES) sobre o resultado dessa pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A FMS, por meio da Coordenação de Vigilância em Saúde do município, esclarece que atua de acordo com protocolos e diretrizes do MS e SES, portanto, aguarda comunicado formal e orientações dos órgãos.
A prefeitura destaca que a FMS realiza um trabalho intenso de rotina de prevenção e combate as arboviroses (doenças transmitidas por insetos). De acordo com acordo com o último Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) realizado em Niterói, a cidade possui 1.0% de infestação de criadouros, o que indica baixo risco de surto das doenças, patamar considerado satisfatório.
De acordo com os dados da FMS, houve uma redução de 95% dos casos das arboviroses em relação ao mesmo período do ano passado. Nos 4 primeiros meses do ano de 2019 foram notificados 102 casos de chikungunya, 108 de dengue e 13 de Zika. Já no ano passado, foram 2272 casos de chikungunya, 1390 de dengue e 256 de Zika.
Trabalho de rotina – Agentes do Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses (Devic) vistoriam diariamente imóveis em todas as regiões do município, combatendo possíveis focos do mosquito e orientando a população. Profissionais do Programa Médico de Família também atuam em parceria com o Devic na prevenção e combate aos focos do mosquito, nas suas áreas de cobertura. Niterói também possui Comitês Regionais de Combate à Dengue, organizados pelas Policlínicas Regionais, com ações elaboradas de acordo com as características de cada comunidade. Além disso, durante os sábados são realizados mutirões em diferentes bairros do município. Os agentes identificam possíveis criadouros, aplicam larvicidas quando necessário e orientam a população no combate ao mosquito. Há também uma intensa fiscalização em casas e terrenos abandonados que possam trazer risco a população. Estão sendo realizadas ações educativas e distribuição de material explicativo nas escolas e salas de espera das unidades de saúde.