Comemorado no dia 27 de Abril, o dia do engraxate é tradicional, assim como a profissão. Nascida em 1806, quando um operário decidiu polir em sinal de respeito as botas de um general francês e foi recompensado por isso com moedas de ouro, a profissão tenta se manter viva, mesmo com tantas novidades e cada vez menos sapatos sociais.
A profissão chegou no país após a imigração italiana, em 1877, na cidade de São Paulo, com poucos engraxates, que andavam com caixas de madeira debaixo dos braços. A grande maioria eram menores de idade, de 10 a 14 anos.
Eles chegavam nas ruas por volta das 6h da manhã. Com suas latas, escovas e panos, buscavam os homens para limpar seus sapatos. No passado, ter um sapato engraxado era sinal de respeito, de importância.
Hoje a profissão está em via de extinção, mas ainda é possível ver profissionais nas ruas do Rio de Janeiro e também de Niterói, como é o caso do Wildiney da Silva, de 54 anos.
Ele engraxa sapatos há mais de 30 anos e sempre trabalhou pelo Centro de Niterói. Mas, hoje com as dificuldades expostas pelo tempo, ele enfrenta dificuldades com o trabalho escasso.
“Está tudo muito devagar, mas eu venho. Eu dependo somente do engraxe, fico sentado o dia inteiro aqui esperando o cliente chegar. Infelizmente, ainda passei por dificuldades pois roubaram meus materiais todos, mas a gente vai levando”, disse o Ney, como gosta de ser chamado.
Ele disse que o movimento era muito maior no passado, mas com a modernidade e também com as dificuldades impostas pela Prefeitura, tudo mudou.
“Aqui tinha um estacionamento, e muitos desciam do carro somente para engraxar o sapato, mas agora os carros não podem mais parar aqui. Ainda tenho alguns clientes, não são sempre que eles param aqui, mas espero dias melhores”, completou
Hoje, são poucos engraxates espalhados pela cidade, mas os que ainda ‘restam’ se mantém com a belíssima tradição da profissão.
*Estagiário sob supervisão de Lucas Nunes*