Caro leitor!
O momento é grave. O nosso país, nosso Estado do Rio e nossas cidades lutam contra um inimigo ainda desconhecido. Não sabemos como combatê-lo com eficácia e em massa.
O Jornal e portal ErreJota Notícias tem, por obrigação e compromisso com seus leitores, o dever de se posicionar e exercer a sua função social de informar com presteza, ética e compromisso com a informação verdadeira.
O Presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) parece ainda não ter entendido a gravidade do Covid-19. Novamente – e dessa vez em pronunciamento oficial – ele voltou a chamar a doença que está multiplicando corpos no Brasil e no mundo de “gripezinha”. E o pior: disse que a imprensa está promovendo “histeria”.
A impressão que fica é a de que Bolsonaro não tem lido os relatórios técnicos de seu Ministério da Saúde. Aliás, Luiz Henrique Mandetta, chefe da pasta, foi desmoralizado em rede nacional. Isso mesmo, vou colocar em destaque para que você possa entender, caro leitor:
O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi completamente desmoralizado em rede nacional.
Bolsonaro parece não se atentar para os dados do próprio Ministério da Saúde, que registrou, nesta terça (24), 2.201 casos confirmados da doença, além de 46 mortes. As Secretarias Estaduais de Saúde apontam números ainda maiores. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que praticamente TODOS os países do mundo registram casos da doença.
Em todo o mundo, mais de 370 mil pessoas possuem a doença. O número de mortes passa os 16 mil. O Diretor-Geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou: “A pandemia está acelerando”. Mas, para Bolsonaro, “é uma gripezinha”.
Bolsonaro também fez pouco caso das medidas de alguns governadores ao determinarem ações mais incisivas no combate ao Coronavírus. Seria medo de perder a autoridade? Parece que sim. O Presidente da República, ao fazer politicagem com a doença e atacar atitudes acertadas, deixa claro que não se importa com os brasileiros, apenas com sua reeleição.
Não é o momento para se discutir bandeiras partidárias ou ideológicas. O momento é de salvar e preservar vidas. Resguardar o brasileiro. Esse é o espírito de nação.
Um estudo do Centro para Modelagem Matemática de Doenças Infecciosas da Escola de Medicina Tropical de Londres, no Reino Unido, acredita que o número de casos registrados no Brasil é, pelo menos, 11 vezes maior. Isso mesmo, caro leitor.
Há, para esse instituto, mais de 24 mil casos no país e menos de 10% deles são conhecidos. A culpa para isso é a subnotificação (e, acrescento: a ineficiência do Governo Federal em reconhecer a real gravidade da doença). Não temos kits suficientes para fazer o teste em todos que apresentam os sintomas.
Bolsonaro, que tem usado a máscara de liberal sem sequer conhecer a fundo os conceitos de Adam Smith, aparenta estar preocupado com a economia nacional. Na prática, o presidente parece querer beneficiar cada vez mais as elites econômicas que a elegeram, ao determinar (ou tentar) medidas que só beneficiam a classe empresarial e abandonam o povo, o trabalhador, cada vez mais à própria sorte.
O Presidente da República, em uma tentativa de continuar ridicularizando a doença, se ridicularizou. “Pelo meu histórico de atleta, caso eu fosse contaminado pelo vírus eu não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma ‘gripezinha’ ou ‘resfriadinho'”. Vale lembrar que Bolsonaro faz parte do grupo de risco da doença. Será mesmo que ele tem uma saúde de ferro?
Declaração tão inoportuna, que foi dada no mesmo dia em que o Comitê Olímpico Internacional (COI) adia as Olimpíadas do Japão para o ano de 2021. Nada mais, nada menos que o evento esportivo que reúne os maiores atletas de alto rendimento mundial.
Por último, mas não menos importante: Jair Bolsonaro criticou novamente a imprensa tentando inverter os papéis. A imprensa é a principal aliada das autoridades sanitárias na disseminação da informação e dos protocolos de prevenção.
Noticiar o avanço do Coronavírus ao longo do mundo e aqui no Brasil não é ser contra esse ou aquele governo. Mas, para ele, o que a mídia fez foi “espalhar sensação de pavor”, criando um “cenário perfeito para que a histeria se espalhasse”.
Como sempre, Bolsonaro transfere para a mídia a culpa por sua incapacidade. Ora, a mídia foi correta ao noticiar o que estava acontecendo, inclusive sua inoperância e menosprezo à real situação, Presidente.
Jair Bolsonaro continua se portando como a criança criada pela avó, que faz birra sempre que é contrariada. No pronunciamento deste 24 de março, parecia debochar do cidadão brasileiro de bem.
O presidente do maior país da América Latina, desconhece a responsabilidade do cargo e parece querer rebaixá-lo dia após dia. Só que, dessa vez, ele vai além: joga com vidas humanas.
Cale-se, Bolsonaro. Afaste-se do combate à doença e deixe que o corpo técnico comande as ações. O Brasil precisa de quem presida e lidere a nação.
Vamos juntos vencer o coronavírus. Todos(as)!
Fique em casa!
Entre a ignorância e a ciência, não hesite!
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