Nesta semana, a proteína do camarão vai entrar no cardápio da merenda das escolas da Rede Pública de Ensino de Maricá, localizadas em áreas mais carentes da cidade, marcando mais uma despesca de sucesso do Centro de Inovação e Aquicultura de Maricá (Ciamar), um dos projetos do Convênio de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Companhia de Desenvolvimento de Maricá com a Universidade Federal Fluminense (UFF). A retirada do crustáceo produzido nos tanques do projeto, que está em funcionamento da Fazenda Pública Joaquín Piñero, foi realizada nesta quarta-feira (19/03) e será entregue à Secretária Municipal de Educação. Ao todo, cerca de 1,5 toneladas vai inovar a alimentação dos estudantes.
Ao reinserir Maricá na economia do mar, o projeto segue com o papel fundamental: reorganizar a economia local com uma forte indústria de pescados e alimentar a população de baixa renda por meio de doações ao Restaurante Mauro Alemão e abastecendo a merenda escolar.
“O projeto tem duas características principais: a primeira é que a inovação e tecnologia só fazem sentido se o povo tiver acesso, se for melhorar a qualidade de vida da população. E hoje toda essa leva de camarões que a gente está tirando aqui dos tanques vai para a escola pública servir um alimento de qualidade para os seus alunos. E a segunda questão, que dá muito orgulho, é a participação da UFF na parceria com a prefeitura. Ou seja, a gente está fazendo ciência para desenvolver a economia do município”, ressaltou o assessor especial da presidência da Codemar, Eduardo Britto.
A diretora de Planejamento da Codemar, Margareth Raquel, comemorou mais uma despesca, destacando-a como uma ação de gestão responsável dos recursos públicos. “A aplicação dos recursos públicos de maneira responsável possibilita que esses recursos voltem para a própria população. Então, isso é um resultado extremamente positivo e isso reflete a diretriz do governo”, destacou.
Evolução de produtividade
O Centro de Inovação em Aquicultura de Maricá (Ciamar) é o maior complexo industrial pesqueiro do país financiado por um município, neste caso, através da Codemar. São 10 tanques de produção com 450 mil litros de água cada. Um tanque produz até uma tonelada do crustáceo a cada ciclo de quatro meses.
A tecnologia que está sendo aprimorada no Ciamar é em ciclo fechado, ou seja, não se desperdiça água e não se despeja poluentes no meio ambiente. Tudo com uso de bioinsumos e bioflocos (aglomerados de bactérias especiais que melhoram a qualidade da água e o desenvolvimento dos camarões).
“Esse ciclo da despesca iniciou em novembro e está dentro das expectativas de tempo, alcançando cerca de 100 dias e finalizando um estágio de testes comprovando a capacidade de produção dos tanques, explicou o coordenador do Ciamar, Khauê Vieira.
“Isso possibilita a evolução para alcançar as duas toneladas que são esperadas em cada um dos tanques. É importante dizer que esses testes nos fazem entender o potencial desse sistema de produção e as adequações que a gente vem fazendo ao longo do tempo mostram que vem dando certo. Então, a partir de agora a gente vai evoluir para alcançar essa produtividade esperada no final”, pontou Khauê.
Na expectativa pela novidade
A primeira escola municipal a receber os camarões será a Carlos Manoel – da localidade do Minha Casa, Minha Vida de Itaipuaçu. Para significar ainda mais o momento, a diretora da escola que funciona em tempo integral, Juliana Moreira, levou 30 alunos do 5ª ano para visitar o Ciamar.
“Agradeço primeiramente ao nosso prefeito Washington Quaquá pela iniciativa da chegada dos camarões na merenda escolar das crianças. As crianças estão felizes e ansiosas. Hoje foi uma experiência incrível, eles conheceram o espaço onde é feita essa produção e entenderam o processo de criação dos camarões”, comentou.
Os alunos ficaram encantados com o crustáceo e puderam ver de pertinho e até tocar neles. Valentina Alves da Silva, de 10 anos, foi uma das crianças da visita escolar. Ela disse que pensou num prato que adora e pode levar o camarão na receita.
“Eu quero que chegue muito camarão na minha escola para poder comer strogonoff de camarão que eu amo. Hoje eu estou no Ciamar e conheci camarões e tilápias de pertinho! Adorei”, festejou.
Maricá comemorando um novo passo
Durante a despesca dos frutos do mar, que marca uma nova etapa no projeto, diversas autoridade municipais e representantes de instituições parceiras estiveram presentes.
“O nosso governo sempre busca ajudar aqueles que mais precisam”, apontou o secretário de Pesca de Maricá, Secretário Alexandre Rodrigues de Oliveira – Xandi de Bambuí. “Esse é o nosso governo, governo que valoriza as comunidades, governo que valoriza aqueles que mais precisam e um governo que dá oportunidade para que a gente tenha projetos inovadores na cidade”, ressaltou.
O diretor de Pesca da Biotec, futura Amar, William Luz, destacou que iniciativas como essas busca da autossuficiência de Maricá, que sai da dependência de recursos do petróleo, procurando novas alternativas. “Dentro da Biotec, da Maricá Alimentos, a gente vai procurar cuidar de toda a cadeia produtiva. Como o Xandi falou, hoje o nosso foco é o camarão, é esse resultado do PDI, dessa experiência científica que deu certo com a universidade”, disse.
