A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou, no final da tarde desta sexta-feira, que há um caso suspeito de Coronavírus em Maricá e outros quatro em Niterói. Ao todo, no Estado, há 17 casos sem confirmação de infecção pela doença, sendo Rio de Janeiro (8, sendo seis residentes e dois estrangeiros), Macaé (1), Nova Friburgo (1), Resende (1) e Nova Iguaçu (1 estrangeiro).
Em Maricá, de acordo com a secretária de Saúde Simone Costa, o paciente teria dado entrada no Hospital Municipal Conde Modesto Leal sem quadro clínico de suspeição. Entretanto, exames laboratoriais foram realizados e o Estado classificou como suspeito.
“Estamos em alerta máximo e preparados para enfrentar o Coronavírus. Desde o início do ano, trabalhamos na organização de um plano de resposta eficiente e ágil para enfrentar este novo vírus. E, em cerca de quarenta dias, teremos 75 leitos reservados para o isolamento de pacientes com coronavírus com indicação de internação hospitalar”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos.
Em nota, a Prefeitura de Maricá informou que uma pessoa deu entrada nesta sexta-feira (28/02) no Hospital Municipal Conde Modesto Leal com quadro clínico de dor de garganta, sem febre e sem falta de ar.
A nota informou, ainda, que o paciente relatou que teve contato há quatro dias com uma pessoa em Maricá que teria vindo da cidade italiana de Florença. A Prefeitura disse, ainda, que na cidade italiana “não há registro da doença”.
“Por precaução, foi colhido material para análise e encaminhado para o laboratório estadual, conforme protocolo do Ministério da Saúde. O paciente não está internado, foi liberado sem nenhum critério de gravidade e com orientação e medicação”, concluiu o texto.
Entretanto, diferente do que a nota da Prefeitura de Maricá informa, há um caso confirmado da doença na cidade italiana citada – Florença. O caso foi confirmado pelas autoridades italianas (como noticiado em veículos como o espanhol El País e o francês RFI).
Plano de contingência – No mês passado, a Secretaria estadual de Saúde elaborou e definiu um plano de contingência para enfrentar um possível surto de Coronavírus no Estado do Rio. Vale lembrar que o vírus é capaz de provocar epidemias e pode evoluir a pandemias. O plano emergencial tem a intenção de sistematizar ações e procedimentos de responsabilidade da esfera estadual de governo.
De acordo com a SES, o Governo do Estado vai apoiar, em caráter complementar, os gestores municipais no combate a um possível surto de Coronavírus, precavendo-se e organizando o enfrentamento de tudo aquilo que sair da normalidade. O plano começa com Nível Zero e os demais níveis serão ativados de acordo com parâmetros epidemiológicos, como números de casos.
O primeiro objetivo estratégico do plano de contingência é intensificar medidas de segurança para conter a transmissão humano a humano, incluindo as infecções secundárias entre pessoas próximas e profissionais de saúde.
Caso uma pessoa apresente sintomas e sinais de doenças respiratórias, ela será identificada imediatamente, isolada e atendida da forma como preconiza a OMS e o Ministério da Saúde.
O terceiro item abordado no tópico sobre os objetivos estratégicos do plano aponta para a comunicação do problema: os riscos e casos registrados no Estado do Rio de Janeiro devem ser informados à sociedade o mais rápido possível para, entre outras coisas, combater a desinformação e as perigosas fake news.
Organização da resposta a um possível surto
– Nível Zero – Casos importados notificados ou confirmados.
– Nível de Ativação 1 – Transmissão autóctone de Coronavírus no estado do Rio de Janeiro.
– Nível de Ativação 2 – Transmissão sustentada na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.
– Nível de Ativação 3 – Quando as ações e atividades orientadas para serem realizadas no Nível 2 de ativação forem insuficientes como medidas de controle e para a organização da rede de atenção na resposta. E, ainda, quando a rede de atendimento definida for incapaz de atender à demanda. Caso o surto chegue a esse nível, além de todas as unidades citadas anteriormente, será criado pela Secretaria de Estado de Saúde um hospital de campanha e as Forças Armadas serão acionadas. Haverá ainda a utilização de leitos em unidades especializadas, com a suspensão de cirurgias eletivas.
Processo de confirmação ou descarte de casos – Caso o paciente esteja com os sintomas do Coronavírus e tenha viajado para países com circulação ativa do vírus, o primeiro passo é procurar uma unidade de saúde para buscar assistência. No local, o profissional da unidade vai colocar em prática o protocolo de atendimento para casos a serem investigados – como uso de equipamento de segurança e isolamento do paciente -, além de notificar a Vigilância Municipal a respeito do caso. Além disso, o profissional de saúde realizará coleta do material para análise, que será entregue pela Vigilância Municipal ao Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ). No Lacen, o material é dividido em duas partes. Uma parte da amostra é analisada na própria unidade, investigando vírus respiratórios comuns, e a outra é enviada à Fiocruz, que realiza a testagem para o coronavírus. A SES esclarece ainda que o acompanhamento do paciente e pessoas que entraram em contato com ela é realizado pela Vigilância Municipal de cada cidade.
Diferença entre casos
Notificados – Ainda não é considerado como caso suspeito, já que depende de avaliação de critérios definidos pelas autoridades sanitárias
Suspeitos – Caso atende aos critérios das autoridades e será confirmado ou descartado com base em análise laboratorial
Medidas de prevenção:
– Proteger nariz e boca ao espirrar ou tossir;
– Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres e copos;
– Lavar frequentemente as mãos, especialmente após espirrar ou tossir;
– Evitar ambientes com muita aglomeração;
– Utilizar álcool em gel nas mãos.
O que fazer em caso de suspeita – Se estiver com febre ou sintomas respiratórios e tiver vindo de países com casos de coronavírus:
– Cubra o rosto com máscara cirúrgica;
– Vá à unidade básica de saúde, hospital de emergência ou à UPA mais próxima;
– Siga as orientações dos profissionais de saúde;
– Siga as medidas de prevenção: lave as mãos frequentemente, cubra o rosto ao tossir e espirrar, não compartilhe objetos de uso pessoal, evite locais de grande aglomeração, utilize álcool em gel para as mãos.