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Estaleiros de Niterói e região estão otimistas com a retomada da indústria naval

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Devido à Operação Lava Jato, iniciada em 2014, começou um período de turbulência na indústria naval brasileira, que culminou em crise econômica e demissões em várias estaleiros. Fim de vários contratos e estagnação do setor, que continuou no Governo Michel Temer e se aprofundou na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. No terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ressurge a esperança da indústria naval por dias melhores.

Segundo Edson Rocha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, a categoria está em grande expectativa.

“Os estaleiros, é claro, sabem que quem conseguir se manter neste período onde só temos reparos para fazer, principalmente com a maioria da mão de obra qualificada, teram a condição de sair na frente quando da retomada e também aproveitam este momento de expectativa para fazerem suas propagandas. No setor hoje a nível de Brasil temos cerca de vinte mil trabalhadores, já fomos oitenta e dois mil no final de 2014. No estado do Rio somos cerca de sete mil. Já fomos trinta e três mil. Em Niterói somos cerca mil e trezentos, já fomos quinze mil”, disse Edson, referindo-se ao número de trabalhadores diretos. Se contar os indiretos, será necessário multiplicar por quatro.

De acordo com o dirigente, a categoria participa ativamente da retomada.

“Nós metalúrgicos de Niterói, basicamente estamos participando e protagonizando esta nova retomada. Participamos de vários grupos de trabalho representando os trabalhadores de todo o Brasil através do protagonismo da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, da CUT. No município de Niterói já levamos as demandas de qualificação e requalificação dos trabalhadores para o Conselho Deliberativo Municipal de Trabalho e Renda”, conta.

Procurado, o Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval), informou que as expectativas dos estaleiros são reais e positivas. O Governo Lula determinou estudos para a retomada da indústria naval e offshore brasileira e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou que a empresa deverá encomendar seus ativos no Brasil com a retomada da indústria. Desses ativos, os módulos para plataformas do tipo FPSO são os mais prováveis porque a demanda da estatal é alta e esses módulos já foram construídos no passado recente por estaleiros de Niterói.

Além disso, a Petrobras deverá voltar a contratar o afretamento, no Brasil, de navios de apoio marítimo a serem construídos pelos estaleiros nacionais para armadores brasileiros (as chamadas EBN, Empresas Brasileiras de Navegação) que serão contratadas para os serviços de apoio marítimo às plataformas. Os estaleiros de Niterói e São Gonçalo são candidatos naturais à construção de alguns desses navios.

Há, também, grandes perspectivas de desmantelamento sustentável, sem agressão ao meio ambiente, de estruturas marítimas e embarcações e reciclagem de seus materiais, a exemplo do que já está ocorrendo em Rio Grande (RS) com a plataforma P-32, que será desmontada e reciclada no Estaleiro Rio Grande por contratação da Petrobras com a Gerdau, destinatária da sucata de aço resultante dessa operação de desmantelamento. A Petrobras está em conversações com o Sinaval para viabilizar esse novo mercado, havendo recursos próprios da empresa alocados nos seus planos de negócios para esta atividade. Os estaleiros de Niterói também são candidatos a participar desse mercado. A plataforma P-33 será a próxima a ser desmantelada no Brasil.

Também já foi tornada pública a intenção da Transpetro de encomendar no Brasil navios de transporte de petróleo e gás. O edital para essas contratações deverá ser divulgado em janeiro de 2024 e é provável a participação, na licitação, de estaleiros do Rio de Janeiro e de Niterói que tiverem feito sua pré-qualificação junto à Transpetro.

Quanto à contratação de mão de obra para execução dos contratos que se efetivarem, ainda não há um dimensionamento quantitativo do número de vagas que serão criadas nem está definida a época da admissão de novos empregados nos estaleiros brasileiros, inclusive nos de Niterói e São Gonçalo.

De acordo com o Sinaval, questões como a formação e a qualificação dos trabalhadores estão sendo enfrentadas. O sindicato ressalta que há um grande contingente de ex-empregados que poderão retornar e que os próprios estaleiros têm seus programas internos de formação e qualificação de seus colaboradores, o que deverá acelerar as contratações quando a demanda estiver identificada e programada.

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