Quem trafega pela Estrada da Serrinha, a RJ-102, que liga os bairro de Itaipu, em Niterói, e Itaipuaçu, em Maricá, e corta o Parque Estadual da Serra da Tiririca, sente uma grande diferença com relação à conservação nos trechos compreendidos em cada município. Apesar de se tratar de uma mesma via, o lado de Niterói tem conservação precária. A estrada é mais escura, não há olhos de gato no asfalto, a pintura e o asfalto estão mais desgastados e a sinalização noturna quase não existe.
Apesar de se tratar de uma rodovia estadual, a assessoria de Comunicação Social do governo estadual afirma que a responsabilidade pela manutenção no trecho de Niterói é da prefeitura, que nega, mas promete algumas providências. Enquanto isso, motoristas se arriscam.
Morando em Itaipuaçu há poucos meses, o empresário João Philippe Garrido sempre trafega pela estrada à noite:
— Morava no Engenho do Mato, e meus pais ainda moram lá. Quando passei a andar mais pela Estrada da Serrinha à noite me surpreendeu a conservação do lado de Maricá. De Itaipuaçu até chegar ao Mirante é o paraíso. Começando a descer, o caos se instala. Buracos, escuridão e risco de assaltos.
Via é o único acesso às trilhas do Alto Mourão
Além de ligar os bairros de Itaipu e Itaipuaçu, a RJ-102 é o único acesso a um dos principais pontos turísticos da cidade: o Alto Mourão. É comum ver carros estacionados no mirante, e pessoas contemplando a paisagem ou subindo a trilha da Pedra do Elefante. Quem caminha a pé saindo da Avenida Francisco da Cruz Nunes, em Itaipu, arrisca-se no meio da estrada, porque não há faixa de acostamento nem sinalização.
— Como gosto muito de fazer trilhas e não tenho carro, quando quero subir o Mourão pego um ônibus até Itaipu e sigo a pé. Vou andando pelo meio do mato para não correr o risco de ser atropelada. Um ciclista fica sem opção — conta a universitária Gabriela Nunes.
Medo de acidentes
Moradora de Icaraí, a professora Neuza Resende passa todos os fins de semana pela Estrada da Serrinha porque tem casa em Itaipuaçu. Ela teme por acidentes e assaltos na via.
— A Serrinha está muito malconservada do lado de Niterói. A pista já é estreita, e o mato invade a via. Buracos não faltam, provocando desvios bruscos dos carros que, muitas vezes, acabam batendo. Acho que o prefeito de Niterói nunca passou por ali, porque, se passasse, veria com os próprios olhos os perigos que existem na subida sentido Maricá — reclama a moradora.
A prefeitura de Niterói argumenta que o trecho de Maricá foi reformado por conta do município vizinho, já que a via é estadual. Diz que já fez o mesmo em outras vias estaduais que cortam Niterói, como a RJ-100, e promete incluir a Serrinha no planejamento de melhorias.
“Apesar de ser uma rodovia administrada pelo estado, no fim do ano passado a Secretaria municipal de Conservação e Serviços Públicos realizou uma operação tapa-buraco no local e já está na programação a ida de uma equipe ao local. A Seconser também enviará equipe para fazer uma vistoria nas lâmpadas”, diz a nota.
Fonte: O Globo