spot_imgspot_img

Leia a nossa última edição #81

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img

Estudo revela que escola de São Gonçalo foi a mais afetada devido a confrontes armados do RJ

Mais lidas

A escola mais efetada por confrontos entre grupos criminosos e operações policiais no estado do Rio de Janeiro fica em São Gonçalo, na Região Metropolitana, segundo o relatório “Educação Sob Cerco”, divulgado pela Unicef em parceria com o Instituto Fogo Cruzado (IFC), o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF) e o Centro para o Estudo da Riqueza e da Estratificação Social (Ceres-IESP).

Os dados são referentes a 2022 e revelam que durante o ano letivo, 18 episódios de violência armada aconteceram no entorno do colégio – uma média de dois tiroteios por semana. O levantamento não revela o nome ou o bairro exato em que a escola está localizada, mas destaca que os colégios localizados no Jardim Catarina e no Complexo do Salgueiro foram os mais afetados na cidade.

O estudo concluiu que quase metade (48%) das crianças e adolescentes que cursam os ensinos fundamental e médio, das redes municipais e estaduais, do Grande Rio (cidade do Rio e 19 municípios), são expostos diariamente aos efeitos da violência crônica imposta pelo controle armado nas regiões em que suas escolas se encontram.

Para Maria Isabel Couto, diretora do Instituto Fogo Cruzado, esses dados ajudam a chamar a atenção para regiões que costumam ser invisibilizadas.

“Ver uma escola de São Gonçalo no topo desse ranking é um sinal de alerta para os gestores públicos sobre o olhar para o Leste Metropolitano. São Gonçalo já tem índices muito ruins de violência armada, não só os que afetam as escolas. Não acreditamos que uma escola deva ser fechada, essa não é a política pública que a gente acredita. Os serviços têm que estar perto das pessoas e acessíveis à população”, afirma Maria Isabel.

Apesar do número de casos na escola de SG, a Zona Norte do Rio é a mais afetada no geral. Dois colégios da Penha estão na segunda e terceira posição na lista de escolas mais impactadas pelos tiroteios. Mais de 1,7 mil conflitos armados foram registrados na região durante o período analisado pelas instituições.

Crianças tentam se proteger durante Operação Policial Maré (RJ). Reprodução/Redes sociais

O estudo também revela a disparidade entre a frequência de casos em cada região. Na Zona Sul, por exemplo, 86 trocas de tiros foram registradas pelas instituições no ano analisado – número mais de 90% menor que o registrado na Zona Norte.

Já a chefe do escritório do Unicef no Rio de Janeiro, Flávia Antunes, acredita fielmente que a frequência de episódios de violência afeta o desempenho educacional dos alunos,

“As crianças e adolescentes que vivem sob o domínio de armas, seja nas mãos de criminosos, seja na mão do Estado, eles se desenvolvem em um ambiente de medo, de desconfiança e de tensão. Então, a gente tá falando de um estressor tóxico, que é a presença da arma de fogo no cotidiano. Isso traz impactos enormes, não só no acesso aos serviços, mas no próprio processo de aprendizagem, que fica muito prejudicado, além da questão psicossocial”, afirma Flávia.

O relatório completo está disponível no site da Unicef Brasil.

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img

Últimas notícias

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img
spot_imgspot_img